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domingo, 31 de janeiro de 2010

O Acre-Doce da Vida

O Acre-Doce da Vida

A perda dum ente querido dói demais
Nos sufoca, nos tira a paz,
Faz a gente chorar feito criança
Perder a esperança e achar
Que não seremos os mesmo nunca mais.

Mas com o passar do tempo a ferida
Tende a cicatrizar, a calma vem á tona
E a gente não chora mais,
Fica só a saudade que nunca se desfaz.

As cores, as flores, o vento e a chuva
Consolo sempre nos oferecem
Mas de tristeza o coração padece
Esperando que essa perda não aconteça jamais.

A água, o peixe e o anzol, as cascas
Cinzentas do cedro, a cruz da aroeira
Agora tanto faz, segue-se o caminheiro
Com o gosto acre-doce da vida que jaz.

R J Cardoso

2 comentários:

  1. Perdi um amigo, quase um irmão num assalto estúpido, não se conhece os assassinos e nem a motivação do crime, deve ser pela busca de dinheiro para pagar drogas e meu amigo nem reagiu, mas levou um tiro e não resistiu.

    A perda dum ente querido dói demais
    Nos sufoca, nos tira a paz,
    Faz a gente chorar feito criança
    Perder a esperança e achar
    Que não seremos os mesmo nunca mais.

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  2. Obrigado, José, pelo comentário que muito feliz me deixou; obrigado também pela ilustração que reflete exatamente o sentimento pela vida colocado no verso abaixo:

    ***

    A água, o peixe e o anzol, as cascas
    Cinzentas do cedro, a cruz da aroeira
    Agora tanto faz, segue-se o caminheiro
    Com o gosto acre-doce da vida que jaz.

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