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quarta-feira, 1 de maio de 2013

MESA VAZIA


Mesmo com a tecnologia a morosidade ainda impera no poder público, a tão desnecessária burocracia prevalece visando garantir autores de ações que precisam ser provadas junto aos órgãos dos quais são subordinados. Criou-se a assinatura digital, instrumento muitíssimo eficiente que substitui assinatura em papeis, o problema me parece estar no individuo não familiarizado com a tecnologia e neste aspecto povo ainda engatinha,  cuja deficiência está presente nas três esferas do poder.
A tramitação de um documento de um órgão para o outro leva um tempo absurdo e continua como na época em que não havia estradas, onde uma correspondência levava semanas para chegar ao seu destinatário.
É possível, o indivíduo familiarizado com a tecnologia, resolver problemas sem se quer  utilizar uma folha de papel, discutir assuntos de grande relevância sem as grandes reuniões,  grande almoço ou jantar; o problema está na burocracia interna de cada setor da sociedade.
Todo e qualquer ato pode vir com assinatura digital, que por natureza dispensa reconhecimento de firma em cartório e para isto precisa-se apenas que o povo tenha conhecimento e instrumentos a sua disposição.

De Raimundo João Cardoso

quarta-feira, 11 de abril de 2012

As ouvidorias

As Ouvidorias, sejam nas empresas privadas ou públicas, se tornaram um instrumento questionável do ponto de vista da informação.
Geralmente, ao telefone, o atendente tenta se livrar das pessoas que buscam solução para determinado problema, tentando ele mesmo resolver o assunto dando informação fictícia, ao invés de pedir ao solicitante um tempo para checar e informar corretamente a situação do que na verdade se busca, esquecendo que ele, o atendente, que foi ali colocado para ouvir, encaminhar e não para resolver.
Tal problema ocorre muito quando o que solicitante quer não interessa a empresa - o que não ocorre nas instituições financeiras em geral, principalmente nos Bancos, porque nelas na maioria das vezes os interesses são mútuos.
 Nas demais empresas é um absurdo, as informações muitas vezes fictícias são dadas na hora principalmente se há algum questionamento contrario a instituição. Nos órgãos públicos a coisa chega ser alarmante, onde os atendentes são muito agradáveis, mas dão informações sem ter o mínimo conhecimento do assunto.
Quando por e-mail a situação muda um pouco, mas não o suficiente: a resposta quase sempre tem o mesmo padrão: “informando que consultamos o setor competente e este estabeleceu prazo tal para resolução do problema”. Só que inspira o prazo e o caso não é resolvido e isto ocorre em quase todos os setores da sociedade. Então o que fazer diante das Ouvidorias que nos enchem de esperança e no final nos deixam frutados.

De R J Cardoso 

sábado, 24 de março de 2012

FINA ESTAMPA

A Novela Fina Estampa chegou ao fim, cujos atores principais marcaram época, assim como Eva Vilma, Cristiane Torloni e Lilia Cabral. Essa última a quem eu conheci pessoalmente quando se elegeu, na década de 1980, e cumpriu com dignidade e presteza o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Não se reelegeu para mais um mandato cujos motivos eu desconheço, imagino ter sido decisão pessoal voltada ao profissionalismo ao qual foi, é, e sempre será muitíssima competente.

Fora aquela década marcada pela transição democrática, quando os partidos políticos e o movimento sindical estavam em ascensão procurando encontrar um rumo para o Brasil, as reinvindicações trabalhistas eclodiam no país inteiro, a Cinelândia, no Rio de Janeiro e o Vale do Anhangabaú, em São Paulo eram os palcos principais dos grandes eventos em busca “Das Diretas Já”, a batalha foi árdua e depois de algum tempo conseguiram-se eleições diretas para todos os cargos no executivo nacional e naquele momento tanto o saudoso Francisco Milani bem como Lilia Cabral se tornaram pessoas importantes no referido processo. Quero dizer que não são só excelentes atores, mas também fantásticos na vida política nacional. Lilia é sem duvida liderança indiscutível.

O Autor de Fina Estampa foi muito feliz quando deu ao seu personagem o discurso de fechamento da novela, ali eu pude ver Lilia revitalizada no tempo com seu discurso simples, mas cheio de conteúdo quando diz: “... Estudem! O saber é uma benção, sejam honestos...”.
Obrigado, Aguinaldo Silva!

De R J Cardoso

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Rua onde moro, a pacificação

A Rua onde moro II

A rua onde moro continua barulhenta,
Tem moradias de todos os estilos,
Olham-me, mas a dor amenizou-se.
Pontos escuros e infames diminuíram
Já não voam tão temerosos os papeis,
Os estampidos cessaram, até quando não sei...

Aos poucos os gatos vão reaparecendo
Os cães retornam, mas não ladram.
Arvore gradualmente vai se plantando
A rua onde moro já não é mais tão aterrorizante.

Nos templos já se pode ver alguém orando,
Já não há sombra a nos surpreender como antes.
Algumas luzes já se podem ver acesas
O filho continua o mesmo, em nada mudou.

Nas casas já há um tímido clarão
Os pecadores continuam, mas não há mais heróis.
Os meninos são os mesmos e tem meninas gestantes.

Já não há tanta fuga em prol da vida
Nem tantos arrependimentos,
Provocações são raras, traçantes às vezes...
No lugar da ruina ergue-se de tijolo em tijolo nova cidade.

Indefere-se apenas o que é fora da lei
A rua foi apaziguada pela as Unidades Pacificadoras,
Apesar de distantes, e a tristeza noturna deu um tempo.

Já não há tanta aflição na rua onde vivo
Os sons são agradáveis, do meu quarto a paisagem
Continua inspirando amor, não precisa fugir...
O zumbido das armas acalmou... Até quando?
É possível projetar o futuro e continuar amando.

De R J Cardoso

Nota do editor
A poesia acima foi feita sob encomenda por mim, que estava com saudades das poesias e da colaboração do R J Cardoso.
O R J Cardoso havia feito uma "poesia lamento"  sobre a situação de violência que vivia o povo fluminense e agora eu queria ler as palavras dele sobre a nova situação destas mesmas pessoas, após a pacificação 
 realizada. mais que tardiamente.

Relembre a poesia original:  
A rua onde moro 
http://jornaldesericita.blogspot.com/2010/02/rua-onde-moro.html


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Coração tá em pedaços


Coração tá em pedaços
R J Cardoso


Falar de pessoas boas como as irmãs Ana Cardoso de Jesus e Antonia falecida hoje, dia 19/01/2010, é muito fácil. Ana e Antonia eram tidas por todos nós como uma prenda que caíra do céu, um tesouro, uma dádiva da natureza, precisamente um troféu que se ganha sem qualquer esforço. Amigas e companheira foram durante todas suas vidas. Viveram pautadas pela dignidade, pobres de recursos financeiros, mas ricas de alma.
Ambas sempre moraram juntas na cidade de Sericita, um lugar que era o berço da paz, onde ninguém matava; ninguém roubava, todos formavam uma só família. E talvez tenham morrido tão barbaramente por serem o símbolo do amor e da simplicidade; só pensavam em praticar o bem.
Ana e Antonia não julgavam e nem nos deixavam julgar ninguém pela aparência. Diziam: “Vamos cuidar das pessoas porque todos nós somos a semelhança de Deus.”
Ana perdeu a vida pelas mãos de bárbaros sanguinolentos que adentraram pelo telhado de sua casa na madrugada do dia 12 de janeiro/2010, e Antonia atingida no mesmo dia pelos os mesmo sanguinários resistira às pancadas na cabeça até dia 19/01/2010 quando também fora morar com Deus. Que ambas durmam em paz em sua vida eterna e na terra justiça seja feita.

domingo, 27 de dezembro de 2009

SOLIDÃO A DOIS



SOLIDÃO A DOIS
(R J Cardoso)

O Telefone tocou, era de madrugada e eu trancado em minha casa, em plena Cidade Maravilhosa, numa incrível solidão. Atendi. Do outro lado uma voz me perguntou:


“Alô, qual é seu nome, posso saber? Não tenha medo eu só lhe quero falar de amor!”.


Confesso que senti meu coração acelerar naquele instante, pois eu não esperava por nenhuma ligação àquela hora. Disse apenas meu nome e me limitei a ouvir aquela voz em forma de canção. À medida que a voz vibrava em meus ouvidos, eu me excitava. O certo é, que já no inicio da conversa minha fantasia chegava ao extremo. Eu a pedi para se identificar, mas ela se recusou. Falou-me de coisas maravilhosas e marcamos um encontro. Cada um descreveu sua característica e traje que usaria para o reconhecimento. E depois desligou...


Fiquei imaginando como seria vê-la ao vivo e a cores. E enquanto imaginava meu coração saltava dentro do peito. Cada minuto demorava o que demora um mês e eu só tinha uma certeza: o tão sonhado dia chegaria; como chegou.


Tomei um ônibus próximo da estação de trens da Central do Brasil. Ao passar pela roleta perguntei ao cobrador se aquele ônibus passava na praça da felicidade, onde havíamos marcado o encontro e ele me respondeu que naquele lugar era proibida a passagem de veiculo automotor, explicando-me que o amor precisava de silêncio para a vida se completar. E tomado pela emoção que só é peculiar ao ser humano, sentei-me num banco ao lado do motorista, pois eu queria vislumbrar a paisagem sonhada por Monet.


Pedi ao motorista para eu descer no ponto mais próximo da praça. Dito e feito. Quando chegou ele parou, disse que eu podia descer e dobrar à direita. Passei por diversas casas de construções medievais, cujas ruas tinham forma de amor. Ao chegar, parei na esquina e pude avistar a mulher de meus sonhos. Aproximei-me e disse meu nome. Ela sem titubear me abraçou e me beijou ardentemente. Suas mãos cálidas deslizavam em meu corpo sôfrego e eu a amei como quem nunca havia sentido as delicias do amor. Escondi-me sob suas tranças e me deleitei do máximo que o amor podia oferecer. Sob as luzes de néon saímos a caminhar pela calçada, e os jardins floridos nos sugeriam noites de amor sem fim. Nosso olhar nos conduzia ao infinito e o sorriso reforçava o amor. Levou-me para a casa dos sonhos onde amamos, amamos e depois nos despedimos – Despediram-se corpo e alma, o amor não se despede nunca, se transforma em um recomeço – Ela seguiu seu destino, eu voltei para casa e fiquei aguardando até que o telefone tocasse outra vez.


Texto de R J Cardoso, por e-mail
Ilustração: José Geraldo da Silva