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quarta-feira, 18 de março de 2009

Símbolo de amor ao próximo. Sericitense de coração entregou sua vida a esta cidade merecendo esta honrosa homenagem.


Ao Farmacêutico Zoca

Joaquim de Paula Rodrigues farmacêutico nascido no município de Abre Campo Minas Gerais aos 17 de novembro de 1924 e falecido aos 11 de maio de 1984. É o primeiro filho de Eurípedes de Paula Rodrigues e Margarida Nacif Rodrigues.
Desde os primeiros dias de sua infância foi um exemplo vivo de meiguice e bondade. Obediente por extremo, dedicado, carinhoso e respeitador de seus progenitoes. Infelizmente naquela época havia grande dificuldade para aprender as primeiras letras, mas nunca desistiu. Ao completar seus quinze anos seu pai o mandara para um internato em Manhuaçú, para estudar e fazer uma carreira, mas não quis ficar, preferindo ajudar na farmácia, onde acabou aprendendo o oficio de ser farmacêutico prático. Por volta do ano 1945, começou a frequentar o distrito Jequitibá, hoje chamado de Sericita em companhia de seu pai que era farmacêutico, ajudando-o nas consultas. Até que um dia resolveu colocar sua própria farmacinha, me lembro bem ela funcionava num cômodo emprestado pelo senhor José Batista de Lima.
Passou então a ser conhecido pelo povo como Zoca. O tempo foi passando até que um dia conheceu uma simples, linda e jovem moça chamada Maira das Mercês Dias (Mariinha). Com a qual se casou, mulher cheia de fibra e coragem sempre ao seu lado nas horas mais difíceis. Tiveram seis filhos, Maria das Graças Dias, Roberto Luiz Rodrigues, José Daniel Rodrigues, Joaquim de Paula Dias, Jomar de Paula Rodrigues e Maria Aparecida Rodrigues. Vieram as grandes dificuldades e perseguições, mas nunca desistiu, continuava sempre dedicando à sua profissão com maior carinho e amor, não olhava a quem fosse. Sua casa parecia um mini hospital, acolhia todos que precisassem. Conta em um de seus depoimentos meu sogro Luiz Rosa Bisneto que ele não olhava esforço nem dificuldades para olhar seus clientes, pois, saia de cavalo duas vezes ao dia para ir ao córrego do Pau D’alho para olhar seu irmão, pois este estava impossibilitado de vir até a cidade, isso foi aproximadamente por uns trinta dias. Até hoje ele se encontra no meio de nós que é o senhor Manoel Telésforo de Almeida (Binha). Ah! Essa não poderia esquecer: Tarde da noite bate à sua porta uma mulher com sua filha muito mal. Ele pergunta o que foi? Ela disse: “Trouxe essa menina para o senhor olhar”. Conta ela que ele era franco e sincero e sempre dizia essas palavras:
“Primeiro vocês deixam morrer para depois trazer para eu olhar, mas entra que mesmo assim vou olhar o que posso fazer”. Olhou a menina e disse: “Você tem que ficar com ela aqui na rua aproximadamente por uns dez dias.” Ela assustada disse: “ Mas como? Não tenho lugar para ficar.” Ele responde: “Pode ficar aqui em casa.” Então ela ficou e logo quando a menina melhorou ela foi agradece-lo. “Zoca obrigada por ter salvo minha filha.” Ele simplesmente com um gesto de amor pegou em sua mão bem firme e disse: “ Filha não agradeça a mim, agradeça sim a Deus, foi ele que a salvou e eu a curei.” E assim foi com várias outras pessoas. Se fosse para contar, mil paginas não dariam e foi assim por mais de trinta e cinco anos.
Este moderno depoimento espero que seja acolhido com simpatia e benevolência de uma filha que amou e ama e respeita tanto quanto os demais parentes e amigos.
E mergulhando na dor de uma pungente saudade, sinto minha alma ferida pelo duro golpe de uma grande fatalidade!
A família “Paula Rodrigues” e demais sericitenses chora a perda irreparável de seu querido Pai e Amigo.
Sempre forte com seus cinquenta e nove anos, trazendo nos lábios o sorriso característico de toda a grandeza de sua alma sempre alegre e viva.
Mas a vida é traiçoeira e nos revela as surpresas nem sempre agradáveis, foi quando veio a doença tão repentina: um câncer de estômago dando-lhe somente dez dias de vida. Foi uma grande perda para família e toda a cidade, pois no dia 11 de maio de 1984 chega a notícia por volta das 13h30min do falecimento do nosso grandioso farmacêutico.

“A morte é traiçoeira: fere a quem mais longe dela parece estar.”

Saudades. Sua filha Maria Aparecida Rodrigues Silveira (Cidinha). Sericita 26 de fevereiro de 2009.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sítio dos Pinheiros, Barroso, Abre-Campo - MG

No Rancho Fundo Bem prá lá do fim do mundo

Precisa explicar?


Saudades de Dona Luiza, minha sogra


Jacú, pássaro silvestre comendo manga no quintal

No rancho fundo

Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as máguas
Tendo os olhos rasos d'água...

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro...

Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno...

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia...

Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Ja morreu na cordilheira...

Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza...

Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê...

Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra...

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...

Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...

Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena...

Composição: Ary Barroso / Lamartine Babo

YouTube

http://www.youtube.com/watch?v=C89cAA9ZJKw

quarta-feira, 11 de março de 2009

A marolinha que virou TSUNAMI


Recuo do PIB brasileiro é o pior entre os Brics, diz ONU

PIB brasileiro se contraiu 3,6% no último trimestre de 2008.
'Resultado é chocante', afirmou economista-chefe.

Do G1, com informações da Agência Estado

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que recuou 3,6% no último trimestre em relação ao perído imediatamente anterior, é o pior até agora entre os países do Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China). A queda é ainda superior à redução do PIB da Europa. 

Foto: Editoria de Arte/G1

O resultado é chocante", afirmou o alemão Heiner Flassbeck, economista-chefe da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento e Comércio.

Na terça-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB brasileiro ficou 3,6% menor no último trimestre de 2008, na comparação com o período imediatamente anterior. A queda foi a maior desde o início da série, iniciada em 1996. No acumulado do ano, no entanto, o PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões.

Os dados do Brasil ficam piores na comparação anualizada. Na China, o crescimento no quarto trimestre (anualizado) foi de 6,5%. A Índia cresceu 5,3%, menos que a previsão de 7,6%. Se o recuo de 3,6% do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2008 for anualizado, pode significar uma queda de 13,6% da atividade econômica em 2009.

Já a Rússia sofre tanto com a queda do preço do petróleo como com a redução da demanda na Europa para suas exportações. O resultado é um crescimento previsto ainda de 2% para os últimos três meses de 2008. Para 2009, a previsão é de que a economia russa sofra uma contração de até 0,7%. 

Europa

O resultado brasileiro é ainda pior que a queda do PIB na Europa no quarto trimestre de 2008. A média da redução foi de 2,4% e pôs a Europa em uma recessão, fez a inflação despencar e está levando ao desemprego mais de 12 mil pessoas diariamente nos 27 países da União Europeia (UE). Entre os 16 países que usam o euro (zona do euro), a queda foi de 1,5% entre outubro e dezembro do ano passado.

PIB tem queda de 3,6% no 4º trimestre, a maior desde 1996

Queda foi registrada frente ao 3º trimestre de 2008.
Em 2008, PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou 3,6% menor no último trimestre de 2008, na comparação com o período imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10). A queda foi a maior desde o início da série, iniciada em 1996. 

No acumulado do ano, no entanto, o PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões. O IBGE também revisou para cima o crescimento do PIB de 2007, para 5,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, a economia brasileira registrou expansão de 1,3%.

A maior influência para a queda registrada no quarto trimestre frente ao trimestre anterior veio da indústria, que "encolheu" 7,4%, no maior recuo desde o período de outubro a dezembro de 1996, quando a queda foi de 7,9%. Na agropecuária, a queda foi de 0,5%, enquanto o setor de serviços recuou 0,4% no último trimestre de 2008.

O que se observa é que todos os setores tiveram uma desaceleração no 4º trimestre. O único que não desacelerou foi a administração pública. Pela ótica da produção, a queda da indústria foi a maior (-7,4%), que tem peso de 28%. Pela ótica da demanda o setor mais afetado foi investimentos”, diz Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE.

Na comparação trimestral, os investimentos das empresas e o consumo das famílias também registraram recuos. A formação bruta de capital fixo teve queda de 9,8%, a maior da série do IBGE. Já o consumo das famílias ficou 2,0% menor, na primeira queda desde o segundo trimestre de 2003.

Exportações e importações de bens e serviços também caíram, 2,9% e 8,2%, respectivamente. Já a despesa de consumo da administração pública cresceu 0,5%.

CRISE

Para Rebeca Palis, a crise abortou o crescimento contínuo do PIB. "Houve uma ruptura, mas não dá para dizer se isso vai mudar o patamar". 

"Nesse momento é difícil fazer qualquer interpretação desses dados porque o quarto trimestre é completamente atípico. O (resultado) do quarto trimestre era inesperado, com uma crise ímpar e que teve um impacto forte", ressaltou a técnica do IBGE. 

"Houve desaceleração, mas saber qual o ponto principal que levou a isso, no momento atual, não dá para saber. Para um quadro mais detalhado será preciso esperar. Quais são os impactos futuros disso ainda não dá para dizer", diz Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais. 

PIB anual

Em 2008, o PIB a preços de mercado acumulado cresceu 5,1% em relação a 2007. Com isso, o PIB per capita atingiu R$ 15.240, segundo os dados do IBGE, um crescimento de 4% frente ao ano anterior. 

Foto: Editoria de arte/G1

 Veja a evolução anual do PIB (Editoria de Arte/G1)

"A média anual de crescimento do PIB nos últimos dez anos (1999-2008) foi de 3,3%, e a do PIB per capita foi 2,0%", apontou Rebeca Palis. "A média anual dos últimos 5 anos (2004-2008) do PIB foi 4,7%, e do per capita (3,5%)", explica.

Entre os setores, a agropecuária foi a atividade com maior crescimento no ano passado, de 5,8%. Os destaques positivos na produção agrícola do ano foram: trigo (47,5%), café em grão (25,0%), cana (19,2%), milho em grão (13,3%), arroz (9,7%), feijão (5,0%) e soja (3,4%).

A indústria fechou o ano com alta de 4,3%, com destaque para a construção civil (8,0%). Em seguida, veio a eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,5%). A extrativa mineral subiu 4,3%, em decorrência, principalmente, do crescimento anual de 5,2% na produção de petróleo e gás e de 1,9% na produção de minério de ferro. A indústria da transformação apresentou elevação de 3,2%.

No setor de serviços, que registrou crescimento de 4,8%, as maiores altas vieram dos subsetores de intermediação financeira e seguros (9,1%), serviços de informação (8,9%) e comércio (6,1%). 

Consumo das famílias

Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias registrou seu quinto ano consecutivo de alta, de 5,4%. A formação bruta de capital fixo cresceu 13,8% frente a 2007, no maior crescimento anual desde 1996.

No setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram queda de 0,6% e as importações de bens e serviços elevação de 18,5%.

A taxa de investimento no ano de 2008 foi de 19,0% do PIB, a maior desde o início da série iniciada em 2000. Já a taxa de poupança alcançou 16,9% do PIB, inferior à taxa apresentada nos quatro anos anteriores.

 

Crescimento do PIB de outros países em 2008

País/RegiãoVariação do PIB
China9,0%
Brasil5,1%
México1,3%
Espanha1,2%
EUA1,1%
Alemanha1,0%
União Européia0,9%
Zona do Euro0,8%
Reino Unido0,7%
Canadá0,5%
Japão-0,7%
Itália-1,0%.

Fonte: Instituto de Estatística/Banco Central

Do G1

terça-feira, 3 de março de 2009

QUATRO SINAPSES


(by Cassiano)

Primeira...

Que pena, amor
Minha paixão foi tão eletrizante
Teu cartão foi tão magnético
Que black out social!

Segunda...

Nossos versos doentes
Meu hot dog estragado
O seu baton contaminado
A espera foi tanta
Que meu toicinho virou bacon

Terceira...

Bebo no teu corpo
O veneno das civilizações
Consolar-te não posso
Tuas lágrimas me levarão ao inferno.

Quarta...

Hoje eu sai da realidade
Tive uma fantasia com você
Abortei antigos sonhos
Uma parte de mim morreu

(Manoel Hélio)

1º ENCONTRO MUNICIPAL DE CULTURA

1º ENCONTRO MUNICIPAL DE CULTURA - São Bernardo do Campo - 2009
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DIA 29 (dom.) de março de 2009 - Das 8h às 17h
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LOCAL: Pavilhão Vera Cruz
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Av. Lucas Nogueira Garcez, nº 760 - Jardim do Mar
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TEMA: São Bernardo: Participação cultural na cidade que queremos.
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OBJETIVOS
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O Encontro pretende tornar públicas as diretrizes e ações na área da cultura previstas para a gestão municipal 2009/2012, formuladas de acordo com o Programa de Governo. Inicia a construção de um processo de participação dos atores sociais interessados na discussão e na formulação de propostas na área cultural no município. O Encontro também tem como objetivo a preparação da CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA a ser realizada no segundo semestre deste ano.
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PROGRAMAÇÃO
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8h às 9h - Credenciamento e café
9h às 9:30h - Abertura com pronunciamento do Exmo. Sr. Prefeito Luiz Marinho
9:30h às 12h - Apresentação do Programa de Governo na área cultural
12h às 13:30 - Almoço
13:30h às 15h - Encaminhamento para a CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA
15h às 17h - Café de enceramento com atividades culturais
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INSCRIÇÕES
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De 14 a 24 de março, mediante preenchimento de ficha de inscrição, nos equipamentos do DEPARTAMENTO DE ACÕES CULTURAIS (centros culturais, teatros e bibliotecas) e também pelo e-mail:
encontroculturasbc@gmail.com (assunto: inscrição).
Informações no telefone: 4336-8233.

domingo, 1 de março de 2009

71% das mortes de bebês poderiam ter sido evitadas

71% das mortes de bebês poderiam ter sido evitadas

Dados do Ministério da Saúde indicam que óbitos de crianças com até um ano de idade seriam reduzidos com atendimento melhor à gestante e ao recém-nascido

Morte é injustificável quando falta ação adequada de diagnóstico, tratamento, imunização e combate à desnutrição da criança

Caio Guatelli/Folha Imagem
Pamela Silva durante pesagem do filho Pablo, em Marsilac

ANGELA PINHO e LEANDRA PERES

Sete de cada dez mortes de bebês no Brasil poderiam ter sido evitadas por um atendimento melhor à mãe e à criança, segundo estudo realizado pelo Ministério da Saúde.
Depois de analisar as declarações de óbito de 48.332 bebês registradas em 2006, o estudo do governo federal concluiu que pelo menos 15.224 (31,5%) poderiam estar vivos se tivessem sido bem atendidos nos primeiros dias de vida.
Somado a outros fatores, como cuidados à gestante, no parto, em diagnósticos e tratamento e ações de saúde, esse percentual sobe para 71%.
A mortalidade de crianças até um ano está em queda no país desde a década de 1980. Mas ainda é alta se comparada a de outros países. No Brasil, para cada mil crianças nascidas vivas em 2007, 19,3 morreram antes do primeiro aniversário. Índice maior do que na Argentina (15), EUA (7) e Cuba (5).
Os dados do estudo nacional foram apresentados pelo ministro José Gomes Temporão a governadores do Nordeste e da Amazônia Legal em reunião reservada no Palácio do Planalto em janeiro. As duas regiões concentram cerca de metade da mortalidade infantil do país, com apenas 13% da população total brasileira.
Os cuidados nas primeiras horas significam dar medicamentos adequados aos prematuros, como o sulfactante, usado para expandir o pulmão, e garantir atendimento especializado aos bebês com problemas de saúde -cerca de 10%, segundo a área técnica de saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde.
A coordenadora Elsa Giugliani reconhece, porém, que em diversas maternidades brasileiras há uma deficiência de leitos de UTI neonatal e que em outras o equipamento é bom, mas não há especialistas.
A possibilidade de um bebê nascer com problemas de saúde diminui quando a gravidez tem um acompanhamento adequado. Um diagnóstico precoce de infecção urinária na mãe, por exemplo, pode impedir o nascimento de uma criança prematura, lembra Jucille Meneses, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Entretanto, a falta de um atendimento de qualidade durante a gestação é justamente a segunda maior causa evitável de morte de bebês -poderia ter poupado 13% das vidas, concluiu o estudo do ministério.
Na lista das causas de óbitos injustificáveis, seguem, em ordem, ações adequadas de diagnóstico, tratamento, imunização e ações preventivas e de promoção à saúde, como combate à desnutrição.
São consideradas mortes inevitáveis aquelas provocadas por doença sem cura ou por má formação incompatível com a vida, como a anencefalia.
A representante do Ministério da Saúde reconhece que, em muitos locais, faltam profissionais capacitados e/ou a estrutura é precária, resultando em maternidades superlotadas.
Ela afirma, que não se pode atribuir a responsabilidade pelas mortes evitáveis apenas ao sistema de saúde. Segundo ela, o serviço de saúde pode até deixar de salvar um bebê que nasce com baixo peso, mas ele talvez não tivesse esse problema se a mãe fosse bem nutrida.
Antônio Prates Caldeira, doutor pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e professor da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros), concorda que há diversos fatores em jogo, mas diz que há, sim, uma corresponsabilidade do sistema de saúde. "Óbitos evitáveis podem ser devido a um sistema mal organizado e à falta de comprometimento de alguns profissionais", diz ele, autor de pesquisa sobre causas evitáveis da mortalidade infantil na região de Belo Horizonte.
"Um sistema de saúde que não proporciona atendimento adequado e acesso para a gestantes fazer pré-natal também tem uma parcela de culpa."

Da Folha de São Paulo de 01/03/09