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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Até quando vamos tolerar a ineficiência da Petrobras?

O americano John Rockefeller dizia que o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada, e que o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada.
Com o petróleo a US$ 100 o barril, a máxima criada pelo bilionário funcionou perfeitamente para a Petrobras durante quase uma década. A estatal tinha uma das piores gestões do mundo e ninguém se dava conta.
A Operação Lava Jato descobriu o ralo de corrupção instalado na companhia, que permitia drenar bilhões e bilhões para abastecer políticos e partidos. Mas a faxina da má gestão, aquela que vai realmente tirar a sujeira debaixo do tapete, mal começou.
A Petrobras emprega 446 mil pessoas - 80% delas entraram sem concurso, como prestadores de serviço. Como uma empresa pode ser bem administrada com quase meio milhão de colaboradores ?! Para ter uma ideia: a concorrente Shell tem 94 mil pessoas ao redor do planeta.
São inúmeras as histórias dos afilhados de algum político e/ou partido que não fazem rigorosamente nada. Ou pior, estão ali para desviar dinheiro. Obviamente essas pessoas tomam decisões empresariais equivocadas que custam muito mais à empresa do que seus salários.
A Petrobras já começou a cortar investimentos e vender patrimônio para reduzir sua pesada dívida, mas vai ter que fazer uma revisão profunda de sua estrutura e do seu quadro de funcionários se quiser se recuperar.
O problema é complexo, porque a ineficiência da Petrobras é algo muito difícil de medir pelas características do setor de petróleo, por sua condição de monopolista e pela arrogância que sempre caracterizou a empresa. Simplesmente não existem no Brasil outras refinarias que poderíamos utilizar como base de comparação.
Nos últimos anos, o governo drenou o caixa da estatal vendendo gasolina subsidiada para o consumidor. Mas quantos milhões será que foram suprimidos desse mesmo caixa pela má gestão?
Alguns podem pensar que, se fosse mais bem administrada, a Petrobras venderia gasolina mais barata. É um raciocínio equivocado, porque a gasolina é uma commodity e seus preços variam conforme o mercado internacional se não houver intervenção do governo.
No caso de empresas de commodity, maior ou menor eficiência refletem em sua competitividade no mercado e em sua margem de lucro. Mas o Brasil pode se beneficiar, sim, de um aumento da eficiência da Petrobras.
A estatal pagaria mais impostos e royalties, produziria mais petróleo, exportaria mais, contribuindo com a balança comercial e para o equilíbrio externo do país, investiria mais e geraria mais empregos - esses, sim, bem remunerados e produtivos para a sociedade.
Por isso, fica a pergunta: até quando vamos tolerar a ineficiência da Petrobras?
Texto de Raquel Landim na Folha de São Paulo de 17/07/2015
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/raquellandim/2015/07/1656911-ate-quando-vamos-tolerar-a-ineficiencia-da-petrobras.shtml
Meu comentário: discordo da Raquel em apenas um ponto, caso a Petrobras fosse melhor administrada, sem roubalheira, o preço da gasolina seria metade ou até menos. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Usinas nucleares: entre a desinformação e a insanidade

Chico Whitaker escreve
Entre a desinformação e a insanidade

Preocupa o possível acordo nuclear do Brasil com o Japão. Nossos irmãos japoneses estão em pânico com vazamentos radioativos em Fukushima

No Brasil, quando falamos dos riscos das usinas nucleares, as pessoas nos olham como se fôssemos ETs desgarrados, perguntando-se, quase penalizados, o que nos teria acontecido para abordarmos assunto tão fora de hora e lugar...

E nem foi há tanto tempo que aconteceu o desastre de Fukushima! Mas nosso instinto de autodefesa logo empurra más lembranças para o esquecimento.
Assim é que cada vez menos gente se recorda das 19 gramas de césio-137 que em 1985 foram retiradas, num ferro velho de Goiânia, de um aparelho de radioterapia e mataram, até se descobrir que eram radioativas, dezenas de pessoas e provocaram amputações e doenças diversas em centenas de outras.
Mas por que falar de acidentes de tão pouca probabilidade? O que acontece é que aqueles que têm a sorte (ou o azar) de serem informados um pouco mais (só um pouco já assusta) sobre o que aconteceu em Chernobyl em 1986 e continua a acontecer em Fukushima desde 2011 não podem dormir tranquilos.
Menos ainda quando constatam, de um lado, a desinformação da maioria e, de outro, a insanidade dos que promovem o uso de reatores nucleares para produzir energia elétrica --esse modo extremamente perigoso de esquentar água e produzir vapor para girar turbinas.
Um punhado de brasileiros quer chamar a atenção das autoridades políticas para a tragédia que poderia atingir as mais de 30 milhões de pessoas que vivem no Rio e em São Paulo e suas regiões se acontecer um acidente em Angra dos Reis.
Mas são como vozes que clamam no deserto, enfrentando tanto enormes interesses econômicos nacionais e internacionais que lucram com o nuclear, como interesses militares que ainda sonham com o Brasil Grande, submarinos atômicos e armas nucleares, como se este fosse o preço a pagar --alto demais...-- para o Brasil integrar o seleto clube de detentores de bombas que compõem o Conselho de Segurança da ONU...
Nesse quadro, é triste tomar conhecimento da escandalosa decisão da Caixa Econômica Federal de emprestar dinheiro para a conclusão da terceira usina nuclear de Angra.
O governo brasileiro tinha, para isso, pedido um empréstimo a bancos europeus. Estes exigiram que o Brasil mostrasse que estavam sendo respeitadas as normas de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), respondendo ao questionário da "prova de resistência". Nosso governo não teve condições de fazê-lo, e o empréstimo europeu não saiu. Numa clara demonstração de irresponsabilidade social e autismo político, esse cuidado com a vida de tanta gente pareceu desnecessário à Caixa.
Igualmente preocupante é a possibilidade de a presidente Dilma ir ao Japão assinar um acordo nuclear para trazer tecnologia e equipamentos de lá, quando nossos irmãos japoneses estão entrando em pânico ao não conseguir evitar vazamentos radioativos em Fukushima...
É por isso que cerca de cem entidades civis, japonesas e brasileiras, uniram-se num abaixo-assinado a ser entregue aos governos de seus países como oposição à possível cooperação entre eles nessa área.
Não seria de estranhar que nas próximas manifestações nas ruas do Brasil surgissem cartazes com as palavras "Pela Vida: Xô Nuclear!".

domingo, 31 de agosto de 2008

Petropopulismo

PeTtropopulismo

A experiência mostra que o "bilhete premiado" do petróleo vira maldição quando recursos fluem para o assistencialismo

TIRAMOS um "bilhete premiado", afirmou o presidente Lula, na última quinta-feira, a respeito da descoberta de um novo manancial de petróleo em águas ultraprofundas. Não é por isso, acrescentou, que devemos "nos deslumbrar e sair por aí gastando o que ainda não temos".
A frase presidencial reflete um espírito de prudência que tem sido raro nos círculos oficiais, a começar do próprio Lula. Ainda assim, não é esclarecedora quanto ao modo com que "gastaremos" os recursos, quando eles finalmente estiverem à disposição -a produção nas novas jazidas, dizem os especialistas, só começará a ser relevante para o país por volta de 2014.
O evento de quinta-feira passada, voltado a uma platéia de empresários, acadêmicos e políticos, destinava-se a divulgar o ambicioso plano de investimentos do BNDES para os próximos quatro anos.
Nesse ambiente, Lula temperou arroubos retóricos com a correta disposição de encarar com "cautela" a descoberta do recurso energético abaixo da camada de sal. Insistiu, por exemplo, na importância de que o país não se transforme em mero exportador de óleo bruto, investindo na produção de derivados.
Não tem sido essa, contudo, a tônica dos discursos presidenciais em ocasiões mais festivas. Predomina a propaganda de que a descoberta petrolífera cairá como um maná redentor sobre a população brasileira -uma dádiva capaz de corrigir com rapidez a desigualdade social e a péssima qualidade do ensino público.
A preocupação em destinar os novos recursos para desenvolver o país e sua população pode parecer consensual. Sob a camada de obviedade, entretanto, é que se depositam os aspectos mais complexos da questão.
Após o retumbante sucesso eleitoral do Bolsa Família -que continua a render frutos aos candidatos a prefeito associados ao presidente no Nordeste-, difundiu-se nos meios políticos brasileiros a idéia de que transferir renda diretamente aos mais pobres é a política social "par excellence". Nada mais perigoso do que aplicar esse princípio, de resto cômodo, às receitas oriundas do petróleo -no caso, obviamente, de o Brasil tornar-se grande exportador.
Na Venezuela, que optou pelo petroassistencialismo, a população se acostumou a esperar do governo inchado e da estatal petrolífera compensações pecuniárias, alimentares e empreguistas. É restrita, naquele país, a capacidade de geração de postos de trabalho e de renda fora da indústria do petróleo -fora do Estado, portanto. Se o modelo permanecer, quando o petróleo acabar, no futuro, os venezuelanos estarão entregues à própria sorte.
A nação sul-americana é apenas um entre vários exemplos de países que não conseguem explorar sua extraordinária riqueza natural de forma a assegurar a prosperidade das gerações futuras. O "bilhete premiado", como às vezes acontece com pessoas despreparadas que de repente recebem uma fortuna, pode esconder uma maldição.
Editorial da Folha de São Paulo de 31/08/08


Leiam também o texto de Eduardo CPQ no blog do Luiz Nassif
de 30/08/08 10:16

AS RESERVAS DO MÉXICO FORAM DEPREDADAS EM APENAS 8 ANOS

Do longo artigo do Geólogo João Vitor Campos destaco dois parágrafos que explicam minha preocupação com a necessidade do país precisar deter o controle da produção. Neles é dito claramente que as reservas do México, muito importantes, foram predadas. Isto precisamos evitar.
Do João Vitor:

"Como resultado, as reservas mexicanas que atingiam 56,37 bilhões de barris em 1990, passaram a cair vertiginosamente a partir de 1995, passando de 50,78 bilhões a 12,62 bilhões em apenas 8 anos. Durante todo este tempo, o México figurou como o 2º maior exportador de óleo para os EUA, só perdendo para a Arábia Saudita.

O PRI, antigo partido mexicano da situação, usou estes dados para acusar o governo Vicente Fox de dar prioridade à exportação para obtenção de lucro a curto-prazo, adotando uma política de aceleração da produção de óleo em detrimento do interesse nacional em aumentar as reservas."

O texto diz tudo, não?
Liquidaram as reservas em míseros 8 anos!


Fonte: http://www.projetobr.com.br/web/blog/5

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O biocombustível provoca falta de alimentos e destrói a floresta amazônica

Haitianos continuar a comer bolinhos feitos de barro, óleo e açúcar.

Países produtores proíbem exportações de arroz para evitar desabastecimento do mercado interno desses países e a Argentina adotou idêntico procedimento com o trigo e os haitianos continuar a comer bolinhos feitos de barro, óleo e açúcar.
Estas duas proibições de exportações de alimentos comprovam o que este blogueiro afirma há muito tempo, em conversas com amigos e publicado em janeiro de 2007 e desmente categoricamente a afirmação de “nosso guia” sobre os biocombustíveis.
O que nossos palpiteiros de plantão em Brasília não perceberam e ainda fingem não ver é que para encher os tanques famintos dos automóveis no mundo inteiro com soja, milho, cana, beterraba, uva e outros alimentos seria preciso deixar a humanidade passar fome, pois a produção mundial de alimentos estava estabilizada até o começo do século 21, mas historicamente a produção de alimentos sempre foi deficitária e somente no século 20, com o uso de novas tecnologias e do adubo, é que o homem conseguiu produzir sobras confortáveis de alimentos, principalmente nos Estados Unidos da América do Norte.
Nos últimos séculos a escassez de algum alimento era compensada pela compra deste alimento no país que produzia em excesso, então quando o clima não era propício compensava-se a pequena safra .
pelos estoques reguladores, ou pela importação, até que o clima e as leis de mercado fizessem o ajuste.
Quero frisar que o excesso de produção era relativamente pequeno em comparação com o consumo global e também que as áreas agricultáveis já estavam e estão esgotadas na América do Norte, na Europa e Ásia, para expandir a produção agrícola e pecuária restavam o investimento em novas tecnologias e as terras ainda não aproveitadas da África, que está sempre em guerra tribal, resta também um pouco do cerrado e o semi-árido brasileiros.
A Austrália, está fora desta conta, pois enfrenta 6 anos de seca e os produtores rurais estão a vender o direito de uso da água, o que implica o comprometimento futuro dos plantios irrigados, pois na Austrália o direito de uso da água é mais importante que o valor das terras
Porém quando a maior economia do planeta resolve encher o tanque de seus automóveis com álcool produzido a partir do milho, e este é o fato novo, o fato desestabilizado da produção e oferta de alimentos, fica evidente que este milho fará falta no prato dos huamos.
Como vocês sabem, os norte-americanos consomem cereais, panquecas, bacon, frangos, hambúrgueres,carnes variadas de bovinos, suínos, aves, etc... todos alimentos cuja base é o milho, seja como ingrediente direto ou através da ração que alimenta os animais que produzem tais alimentos.
Agora que o “Tio Sam” resolveu abastecer o tanque de seus automóveis com etanol produzido pela fermentação e destilação do milho, então fica assim: consome-se mais milho e o preço do milho sobe, substitui-se o milho nos alimentos por soja e esta soja também é empregada para fazer bio-diesel, então todos outros alimentos sobem de preço.
E o Brasil e a cana-de-açúcar? O que temos a ver com isto?
Os defensores dos biocombustíveis alegam que a cana não prejudica a produção de alimentos. Isto não verdade.
O estado de São Paulo que é o maior produtor de álcool do Brasil planta cana em terras que antes eram cobertas por arroz, milho, feijão, soja, e pastagens para o gado. Os outros estados seguem a mesma trajetória, vão plantando cana em terras antes usadas para outras culturas.
A grande expansão agropecuária brasileira aconteceu por causa do emprego de novas tecnologias e a conquista do cerrado e o semi-árido irrigável artificialmente, mas agora a nova fronteira agrícola á a exterminação da floresta amazônica.
Alguns especialistas dizem que o Brasil poderia expandir sua produção de álcool utilizando novas tecnologias nas áreas já exploradas, mas tudo isto tem um limite, e aí entra a Amazônia com suas imensas terras inexploradas e é por isto que digo que os biocombustíveis serão a desgraça da Amazônia.
Os biocombustíveis são muito eficientes para um país como o Brasil onde existe abundância de terras para nós brasileiros,só nos brasileiros, mas não é suficiente para abastecer os automóveis do mundo inteiro, e certamente quando países que não tem as mesmas vantagens do Brasil, resolvem fazer etanol de milho, beterraba, etc. vão retirar alimentos da mesa dos habitantes deste pequenino planeta; aliás alguém já disse que se todos os países consumissem o equivalente ao consumo do americano, seria necessário dez planetas Terra para dar conta de tal desperdício.

José Geraldo da Silva