Lula jurou que iria massacrar a oposição, não precisou fazer nada, os partidos da oposição se suicidaram ou aderiram.
Abaixo posto alguns artigos que falam da derrota dos partidos da oposição.
Eu, continuo oposicionista, sem partido.
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Zumbis da oposição
Gilberto Kassab acaba de criar a Secretaria Especial de Articulação de Grandes Eventos. É a 29ª da prefeitura. Marta Suplicy e José Serra governaram com 21.
A caminho do PSD, o ex-tucano Walter Feldman assumiu a pomposa pasta. Vai despachar de Londres, onde acompanhará os preparativos da Olimpíada de 2012. Será, sem dúvida, muito útil para a Olimpíada de 2016 no... Rio de Janeiro.
Este é um exemplo menor de como a máquina municipal foi posta a serviço dos interesses do partido de Kassab. É também mais um capítulo da guerra civil na oposição.
Os ataques de Kassab não fariam tanto estrago no ninho tucano se Alckmin e seus aliados, por sua vez, não estivessem agindo de olho no retrovisor, movidos por óbvio espírito de vingança.
É notável a vocação dos tucanos para destruir o próprio legado (a começar do que fizeram com FHC). Transmitem sucessivamente a ideia de que não há nada mais importante que suas brigas internas.
De maneira ainda mais determinada do que Serra havia feito com seu grupo, Alckmin está dando aval ao estrangulamento do serrismo no partido. O ressentimento da turma de Pinda está em marcha.
Na melhor das hipóteses, Alckmin se fixará como líder regional de um partido provinciano. O PSDB -com suas aspirações cosmopolitas e o desejo de ser a locomotiva da modernização brasileira- acabou. E Serra, que não é apenas vítima, mas ator desse desmanche, se vê hoje dividido: tentar sobreviver entre os despojos de um PSDB que lhe é cada vez mais hostil ou buscar uma alternativa no PSD de Kassab?
Não é uma decisão simples. Em termos práticos, o PSD é um ajuntamento de zumbis. Gente que desistiu de fazer oposição e quer se aproveitar do lusco-fusco ideológico do país para tirar algum proveito à sombra da hegemonia petista.
Mas, emparedado por Aécio Neves no país e agora por Alckmin em São Paulo, Serra, de certa forma, já é um zumbi no PSDB.
De Fernando de Barros e Silva na Folha de São Paulo de 29/04/2011
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PT e anti-PT em São Paulo
Conquistar a prefeitura paulistana no ano que vem talvez seja o principal objetivo estratégico do PT. A eleição do deputado estadual Rui Falcão para a presidência do partido reforça isso.
Reforça também a tendência de que o candidato petista seja um nome já conhecido e testado em outras eleições. Pela ordem: Aloizio Mercadante ou Marta Suplicy. A rejeição à ex-prefeita e o "sacrifício" do ministro da Ciência e Tecnologia -que aceitou concorrer contra Alckmin depois que a operação Ciro Gomes naufragou- o colocam em vantagem na disputa interna.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, nome preferido por Lula, é visto quase como um estrangeiro pelo PT de São Paulo -alheio às preocupações e à rotina do partido. Ninguém que tem Lula como padrinho é carta fora do baralho, mas, no que depender da máquina petista, Haddad não vai emplacar.
São Paulo (a cidade e, mais ainda, o Estado) é o calcanhar de Aquiles dos petistas. Luiza Erundina venceu em 1988, quando a eleição se decidia num único turno. E, Marta, 12 anos depois, derrotou Maluf no pleito de 2000, quando a classe média, que hoje lhe é refratária, reagiu à ruína administrativa e moral da gestão Celso Pitta.
Na ocasião, o PT se beneficiou do declínio do malufismo em São Paulo, mas não teve força para conter o avanço do tucanato nas classes médias. Marta perdeu para Serra em 2004 e para Kassab em 2008.
O prefeito está bastante desgastado, mas ninguém com juízo acha que vá terminar sua gestão escorraçado, como Pitta. Os tucanos também vivem uma grande crise e começam a sentir os efeitos da chamada "fadiga de material", mas seria uma ingenuidade acreditar que terão o destino do malufismo.
Ainda assim, a guerra entre Alckmin e Kassab e a fragilização de Serra no PSDB dão ao PT uma perspectiva maior de poder na cidade. Falta apenas combinar com as classes médias paulistanas, que cultivam com muito gosto o antipetismo.
Conquistar a prefeitura paulistana no ano que vem talvez seja o principal objetivo estratégico do PT. A eleição do deputado estadual Rui Falcão para a presidência do partido reforça isso.
Reforça também a tendência de que o candidato petista seja um nome já conhecido e testado em outras eleições. Pela ordem: Aloizio Mercadante ou Marta Suplicy. A rejeição à ex-prefeita e o "sacrifício" do ministro da Ciência e Tecnologia -que aceitou concorrer contra Alckmin depois que a operação Ciro Gomes naufragou- o colocam em vantagem na disputa interna.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, nome preferido por Lula, é visto quase como um estrangeiro pelo PT de São Paulo -alheio às preocupações e à rotina do partido. Ninguém que tem Lula como padrinho é carta fora do baralho, mas, no que depender da máquina petista, Haddad não vai emplacar.
São Paulo (a cidade e, mais ainda, o Estado) é o calcanhar de Aquiles dos petistas. Luiza Erundina venceu em 1988, quando a eleição se decidia num único turno. E, Marta, 12 anos depois, derrotou Maluf no pleito de 2000, quando a classe média, que hoje lhe é refratária, reagiu à ruína administrativa e moral da gestão Celso Pitta.
Na ocasião, o PT se beneficiou do declínio do malufismo em São Paulo, mas não teve força para conter o avanço do tucanato nas classes médias. Marta perdeu para Serra em 2004 e para Kassab em 2008.
O prefeito está bastante desgastado, mas ninguém com juízo acha que vá terminar sua gestão escorraçado, como Pitta. Os tucanos também vivem uma grande crise e começam a sentir os efeitos da chamada "fadiga de material", mas seria uma ingenuidade acreditar que terão o destino do malufismo.
Ainda assim, a guerra entre Alckmin e Kassab e a fragilização de Serra no PSDB dão ao PT uma perspectiva maior de poder na cidade. Falta apenas combinar com as classes médias paulistanas, que cultivam com muito gosto o antipetismo.
De Fernando de Barros e Silva na Folha de São Paulo de 30/04/2011
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Outra fusão: PSD & DEM
Pode parecer esdrúxulo. E é. Mas na micropolítica nos salões do Congresso essa é uma hipótese recorrente: a eventual aquisição hostil do DEM pelo PSD (partido novo de Gilberto Kassab).
Seria o sonho dourado dos neokassabistas. Resolveriam assim o problema incontornável de uma legenda nova nascer sem tempo de TV. A agremiação só terá amplo acesso ao horário eleitoral depois de conseguir uma bancada de deputados federais em 2014. Até lá, terá de se conformar com segundos à la "meu nome é Enéas".
A bruxaria é complexa. Funcionaria mais ou menos com a seguinte lógica política e cronológica:
1) Desidratação do DEM: dezenas de filiados continuarão a deixar, nas próximas semanas, o partido que um dia foi Arena, PDS e PFL.
2) Formalização do PSD: enquanto isso, Kassab consolidará uma bancada de deputados, senadores e governadores muito superior à do DEM pré-derrocada.
3) Infiltração: kassabistas continuam entrincheirados dentro do DEM. Esses anfíbios pretendem influir na convenção nacional marcada para 27 de setembro, quando os demistas escolhem uma nova direção nacional. Antes, farão ataques especulativos nos encontros demistas estaduais (20 de agosto) e municipais (16 de julho).
4) Aquisição hostil: em setembro, depauperado, sem bancadas relevantes no Congresso e nos Estados, o DEM será forçado a fazer uma fusão para sobreviver em eleições futuras. O PSD recém-criado se apresentará para fazer o negócio, mimetizando o cenário em que uma empresa compra a outra em estado falimentar. Ocorre uma fusão. Nasce uma nova agremiação com uma denominação ainda a ser escolhida -até porque o nome PSD está inviabilizado judicialmente.
Qual a chance desse enredo rocambolesco se tornar realidade? É pequena ou impossível de aferir. Mas a história é cada vez mais contada e ouvida aqui em Brasília.
De Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo de 30/04/2011
Pode parecer esdrúxulo. E é. Mas na micropolítica nos salões do Congresso essa é uma hipótese recorrente: a eventual aquisição hostil do DEM pelo PSD (partido novo de Gilberto Kassab).
Seria o sonho dourado dos neokassabistas. Resolveriam assim o problema incontornável de uma legenda nova nascer sem tempo de TV. A agremiação só terá amplo acesso ao horário eleitoral depois de conseguir uma bancada de deputados federais em 2014. Até lá, terá de se conformar com segundos à la "meu nome é Enéas".
A bruxaria é complexa. Funcionaria mais ou menos com a seguinte lógica política e cronológica:
1) Desidratação do DEM: dezenas de filiados continuarão a deixar, nas próximas semanas, o partido que um dia foi Arena, PDS e PFL.
2) Formalização do PSD: enquanto isso, Kassab consolidará uma bancada de deputados, senadores e governadores muito superior à do DEM pré-derrocada.
3) Infiltração: kassabistas continuam entrincheirados dentro do DEM. Esses anfíbios pretendem influir na convenção nacional marcada para 27 de setembro, quando os demistas escolhem uma nova direção nacional. Antes, farão ataques especulativos nos encontros demistas estaduais (20 de agosto) e municipais (16 de julho).
4) Aquisição hostil: em setembro, depauperado, sem bancadas relevantes no Congresso e nos Estados, o DEM será forçado a fazer uma fusão para sobreviver em eleições futuras. O PSD recém-criado se apresentará para fazer o negócio, mimetizando o cenário em que uma empresa compra a outra em estado falimentar. Ocorre uma fusão. Nasce uma nova agremiação com uma denominação ainda a ser escolhida -até porque o nome PSD está inviabilizado judicialmente.
Qual a chance desse enredo rocambolesco se tornar realidade? É pequena ou impossível de aferir. Mas a história é cada vez mais contada e ouvida aqui em Brasília.
De Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo de 30/04/2011
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ÓDIO TUCANO
Um conhecedor da caciquia do PSDB estarreceu-se ao constatar que as principais facções em que está dividido o partido não estão separadas só por divergências, ou mesmo rivalidades: "Há ódio, e quando o ódio entra na política, tudo pode acontecer".
Um conhecedor da caciquia do PSDB estarreceu-se ao constatar que as principais facções em que está dividido o partido não estão separadas só por divergências, ou mesmo rivalidades: "Há ódio, e quando o ódio entra na política, tudo pode acontecer".
De Élio Gaspari na Folha de São Paulo de 01/05/2011
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