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sábado, 13 de junho de 2009

Recessão no Brasil

Especialistas comparam recessão técnica no Brasil com outros países

China e Índia estão em melhor posição que o Brasil.
Ministro da Fazenda acredita que o pior já passou.

Na semana em que os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) confirmaram o registro de recessão técnica no Brasil, especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional avaliam se a situação do Brasil é melhor ou pior do que a de outros países emergentes, como Índia, China e Rússia.

Para o governo, a sensação foi de alívio quando o IBGE anunciou a queda de 1,8% do PIB - soma de bens e serviços produzidos no país - nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Especialistas e a própria equipe econômica do governo esperavam uma queda maior.


Nesta sexta-feira, durante agenda oficial no Sergipe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou otimismo com o desempenho superior ao esperado. “Fiquei muito feliz com os números do IBGE. (...) Um pouco triste porque caiu mais do que eu esperava que fosse crescer, mas muito menos do que alguns analistas e muito menos ainda do que os meus adversários (esperavam)”, declarou Lula.

Mas alguns analistas discordam do otimismo do presidente. Levando-se em conta o PIB das maiores economias entre os países emergentes - o chamado BRIC, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China -, os números mostram que dois destes países estão atravessando a crise melhor do que o Brasil. Na China, o ritmo de crescimento diminuiu, mas permanece positivo em 6,1%. Na Índia, o PIB permanece positivo em 5,8%. Nesses dois países, ao contrário do Brasil, não há
recessão.

Na Rússia, o PIB sofreu uma queda de 9,5%. Neste caso, o país sofreu com a queda do preço do petróleo, um dos seus principais produtos.

Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, a China e a Índia estão em melhor posição que o Brasil para enfrentar a crise porque tiveram um crescimento muito grande no ano passado. ”Temos China e Índia que são dois casos muito importantes do lado positivo. A produção (nesses países) vai cair muito pouco e, ao contrário, eles vão crescer este ano e crescer bastante ano que vem”, avalia Barros.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, acredita que não há como comparar o Brasil com os países asiáticos: “São economias bastante diferenciadas. As duas economias asiáticas tiveram uma redução no nível de atividade. Elas estavam crescendo muito mais rapidamente que o Brasil, e têm uma composição do seu produto distinta da nossa”.

Para o economista Carlos Eduardo de Freitas, o Brasil não será um dos primeiros a sair da crise porque depende da recuperação da economia mundial. “O governo conta que há uma recuperação da economia brasileira. É verdade, há os indícios, há os sinais, há os sintomas, a economia está se recuperando. O que ele não conta é a segunda parte da história, é que essa recuperação pode encontrar um teto que é a nossa dependência da economia internacional. Pode encontrar, mas pode também não encontrar. Pode ser que a economia internacional se recupere junto conosco”, analisa Freitas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que o pior já passou e diz que novas medidas do governo vão ajudar o país a sair rapidamente da crise. “Nós já estamos em um processo de recuperação em relação à crise que houve nos dois trimestres que já passaram. (...) Nós vamos tomar medidas para baratear os investimentos no país de modo que eles vão retomar o mais breve possível”, afirma Mantega.

Do G1, com informações do Jornal Nacional
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1192986-9356,00-

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