Quando abro este
“Jornal” me sinto com se em Sericita estivesse e meu coração padece de
tanta saudade. Camninho pelas ruas pacatas e tranqüilas, entro e saio
dos bares ou vendas, vou à praça e no banco de concreto me sento; vejo o
verde das árvores colorindo meu pensamento.
Ah, na igreja de Santa
Rita vejo a multidão entrar e sair, pessoas taciturnas, outras felizes
da vida trazendo na face máscaras campestres, aluvião colada nos
sapatos, cheiro da relva, fragrância por mim preferida, o rio Santana
sob a ponte descendo rumo ao norte, agonizante e perto da morte. E ainda
velhos sendo trucidados como se nenhuma importância tivessem, famílias
inteiras morrendo por conta da pressa. Ô Deus, dê-me mais informação de
Sericita, pois tudo ali me interessa.
A beleza das flores, os amores
incontestes, a música mais linda cantada nas serestas, a vida como ela
é, os dias de festa, o coreto na praça, a criança cheia de graça
brincando, correndo pra lá e pra cá. E se a chuva fina cair avise-me
saio de casa e vou nela dançar.
A bonança estampada nas aves de
rapina, o campo de futebol gramado, o cemitério bem cuidado... Periferia
sem asfalto e sem calçada, casas bem protegidas, pois Sericita é o
lugar onde se pode viver e sonhar.
De R J Cardoso em Jornal de Sericita
Texto originalmente publicado em 01/05/2010
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