O que será de você,
meu caro Rio Santana,
daqui a trinta ou quarenta anos?
O que será de nós?
Lázaro Santana Rosa escreve:
Linda história de vida de Raimundo João Cardoso.Lí atentamente sua trajetória de vida e quero dizer-lhe, que me lembro de meus pais citar algumas vezes o nome de Saturnino, provavelmente o de seu pai. Possivelmente já tenhamos deparados em nossa infância pelas ruas de nossa Sericita, principalmente no comércio de João Queirós, uma "venda" onde se vendia de tudo, como ocorre até hoje.
Lembro-me que os principais comércios daquela época em Sericita, eram o de João Queirós, Neneco Cirilo e João Arantes, além da Loja de tecidos do Sr Manoel de Araújo. Meus pais saiam da roça, de nossa propriedade na Cabeceira de Santana, para fazerem compras de roupas e outros utensílios para uso na lida diária. Nós ficávamos em casa na espera de nossos pais, que com muita alegria levavam pães, bala doce, pirulitos e muitas outras coisas. Era uma festa para a criançada.
Espero que o Sr Raimundo João Cardoso leia este comentário e que ele faça novos comentários sobre Sericita. Talvez por ter saído muito cedo de Sericita, não se lembra de meus pais que são Raimundo Santana e Corina Rosa. Meu irmão mais velho é Cici Santana.
O que Raimundo Cardoso não deve esquecer é do Rio Santana, certamente já nadou muito em suas águas.
Por isso coloco nesse espaço algo que escrevi a respeito desse querido Rio:
“Saudades de um Rio”
Lázaro Santana Rosa – 01jan98
Montanhas, vales e morros circundavam a Fazenda.
As matas e as grandes pedras enfeitavam o ambiente.
Das entranhas da terra, naquele cenário lindo, jorrava cristalina e pura, a água, líquido precioso e imprescindível à sobrevivência dos moradores.
Formou-se um leito e naquele leito, escorregantemente, descia ladeira afora, aquele líquido, entremeado a raízes, troncos e pedras. E formavam poços, lagoas e remansos.
Aquele leito ganhou um nome: Rio Santana. Eu era um menino, uma criancinha mesmo, mas me lembro bem: naquele rio, com a meninada da época, banhávamos nos finais de tarde. Até podíamos arriscar alguns saltos para mergulho. Atravessá-lo a pé, jamais.
Das pequenas cachoeiras e quedas d’água que se formavam no seu curso, ouvíamos o seu cantarolar. Um espetáculo! Até parece que ele nos saudava, ou quem sabe, nos implorava para mantê-lo vivo, e não deixasse que mãos insanas o assassinassem.
O barulho ensurdecedor das águas, principalmente no silêncio da noite, simbolizava talvez, um grito de alerta, já imaginando um futuro impiedoso e cruel.
Mais de trinta ou quarenta anos se foram. As águas já não são tão volumosas e cristalinas como antes. Já se pode atravessá-lo a pé, quem sabe, com um passo largo.
As matas e vegetações que enfeitavam suas margens foram substituídas pelos cafezais. Fertilizantes e agrotóxicos são usados com freqüência, sem os cuidados necessários. Mas e daí? Daí, é que este líquido tão precioso, pode estar sendo contaminado e pode nos contaminar também.
O que será de você, meu caro Rio Santana, daqui a trinta ou quarenta anos? O que será de nós?
Ah! Que saudades de um Rio!
Lázaro Santana Rosa
30 de Agosto de 2009 07:18, por depoimento.
O texto abaixo é de Raimundo João Cardoso (R J Cardoso) e faz parte da abertura da obra Amor Para Sempre
Em 1949. O rio Santana, sustentados pelos campos sinuosos e pelos quilômetros sucessivos de canais na baixada, à leste do arraial, chegava inclinado ao centro do povoado, cortando as barrancas de Sericita para só então se estender pela fumegante carvoaria, de fornos profundos e antigos, que, à noite, adquiria vida com o sopro ativo do vento. Um lugar que à tarde as crianças, em sua maioria alegre, se sentiam sufocadas. Depois da carvoaria, o rio se estreitava e apresentava uma curva fechada na direção norte para abraçar a encosta da montanha desnuda.
Depois, continuava ondulante pelo campo de futebol de duas traves, recém-recuperado. O campo tinha sido abandonado durante o período da guerra; mas, assim que os homens retornaram da Itália, grupo de voluntários tinha trabalhado duro para recuperá-lo ao seu estado anterior, com a relva baixa e nivelada de maneira a ludibriar olhares, aprovisionado de estorvo de areia, tendo no rio um obstáculo de água reentrante, transposto por belas pontes de concreto.
Chique-chique, taboas e juncos cresciam nas margens confinante à água; e no auge do verão havia copo-de-leite e mamonas bem como carregadas nuvens de lavadeira e borboletas. Não se precisava ir muito longe seguindo a correnteza para ver tambaquis ou piabas. Havia serpentes, com certeza, e ratos perfumados, além de ligeiro temor de afogamento. Porém, na pior das hipóteses, a água era tida somente como um pequeno risco, somente como alguma coisa natural, alguma coisa para qual se podia fazer vistas grossas sem problemas algum. A maior parte dos moradores de Sericita ia do berço à sepultura sem se preocupar sequer uma vez com o rio. Com certeza, não havia meio de mudar isso.
Quando saia do campo de futebol, o rio atravessava por sob os arcos alinhados da apertada ponte da estrada que marcava o contorno sul do arraial e, finalmente, entrava no arraial propriamente dito, passando por detrás da fábrica de laticínio lá próximo das trilhas duplas, depois pelo matadouro e pelos derradeiros paióis que restavam.
O setor cafeeiro ainda estava em ação no ano de 1940, e uma fabrica de laticínio era alguma coisa de suma importância para um arraial tão pequeno, uma vez que representava colocação tanto para trabalhadores homens quanto para trabalhadoras mulheres: tarefa sazonal, importante e pesada no processamento de leite e seus derivados. O emprego era bem recompensado, mas, por se tratar de produto inteiramente condicionado ao mercado e as pastagens especiais, a fabricação tinha seus tropeços. O emprego tinha sido contínuo só durante a guerra, quando milhares de litros de leite chegavam em possantes caminhões para serem preparados e enviados para os homens que trabalhavam em terras distantes
No inverno, junto ao paiol de madeira, a garotada vestindo grossos casacos com aroma de naftalina apoiavam as luminárias nos forcados das árvores que se alinhavam na extensão do rio para retirar areia, arremessando-a com pás para as margens mais altas. Retirava com cautela na areia mais finas a fim de deixar os montes organizados o suficiente para serem postos no caminhão sob o céu azul de inverno, que não era negro, porém sempre de um azul-marinho mais carregado possível. Meninos da mesma família lutavam pela vez de carregar os caminhões; e luvas encarnadas eram abandonadas no local até que aparecessem novamente através do brilho sol de inverno, penduradas nos galhos verdes das arvores mais baixas, à espera da próxima estação. Havia noites em que, a luminosidade derivada da lua longínqua e dos astros refletia-se na água gelada, como objeto de cetim para indumentária de bodas, a criançada apagava as luminárias, honradas por estar ao ar livre à noite sozinha, sentindo-se protegidas pela luz da natureza.
Dentro de bem pouco tempo, porém, não haveria necessidade de as crianças tirar areia do rio Santana com pás para a própria sobrevivência porque os moradores estavam aventando a possibilidade da construção de um centro esportivo, um edifício majestoso em homenagem a Santa Rita de Cássia, padroeira do lugar. 2 de Novembro de 2009 18:09
Raimundo João Cardoso responde ao Lázaro Santana Rosa em 5 de Novembro de 2009 11:02
Lázaro, lembro-me de seu Raimundo, dona Corina e Cici.
Saí de Sericita com 18 anos de idade e lá muito pouco voltei, sou sobrinho do Angelo e Arminda pais de Conceição, Maria, Expedito e José Justo que quem voce deve se lembrar. Minhas tias Ana e Antonia moram em Sericita, agora, depois de morar em São Paulo por alguns anos estão lá também Minha mãe Josefina, Eva e Geraldo meus irmãos. Sou apaixonado por Sericita. Agora gostaria de lhe parabenizar pela bela poesia e lhe convidar para ler meu trabalho literario no Recanto das Letras:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/raijoao, abraço amigo!
Explicação: os textos acima foram copiados de depoimentos feitos aqui no Jornal de Sericita
Depois, continuava ondulante pelo campo de futebol de duas traves, recém-recuperado. O campo tinha sido abandonado durante o período da guerra; mas, assim que os homens retornaram da Itália, grupo de voluntários tinha trabalhado duro para recuperá-lo ao seu estado anterior, com a relva baixa e nivelada de maneira a ludibriar olhares, aprovisionado de estorvo de areia, tendo no rio um obstáculo de água reentrante, transposto por belas pontes de concreto.
Chique-chique, taboas e juncos cresciam nas margens confinante à água; e no auge do verão havia copo-de-leite e mamonas bem como carregadas nuvens de lavadeira e borboletas. Não se precisava ir muito longe seguindo a correnteza para ver tambaquis ou piabas. Havia serpentes, com certeza, e ratos perfumados, além de ligeiro temor de afogamento. Porém, na pior das hipóteses, a água era tida somente como um pequeno risco, somente como alguma coisa natural, alguma coisa para qual se podia fazer vistas grossas sem problemas algum. A maior parte dos moradores de Sericita ia do berço à sepultura sem se preocupar sequer uma vez com o rio. Com certeza, não havia meio de mudar isso.
Quando saia do campo de futebol, o rio atravessava por sob os arcos alinhados da apertada ponte da estrada que marcava o contorno sul do arraial e, finalmente, entrava no arraial propriamente dito, passando por detrás da fábrica de laticínio lá próximo das trilhas duplas, depois pelo matadouro e pelos derradeiros paióis que restavam.
O setor cafeeiro ainda estava em ação no ano de 1940, e uma fabrica de laticínio era alguma coisa de suma importância para um arraial tão pequeno, uma vez que representava colocação tanto para trabalhadores homens quanto para trabalhadoras mulheres: tarefa sazonal, importante e pesada no processamento de leite e seus derivados. O emprego era bem recompensado, mas, por se tratar de produto inteiramente condicionado ao mercado e as pastagens especiais, a fabricação tinha seus tropeços. O emprego tinha sido contínuo só durante a guerra, quando milhares de litros de leite chegavam em possantes caminhões para serem preparados e enviados para os homens que trabalhavam em terras distantes
No inverno, junto ao paiol de madeira, a garotada vestindo grossos casacos com aroma de naftalina apoiavam as luminárias nos forcados das árvores que se alinhavam na extensão do rio para retirar areia, arremessando-a com pás para as margens mais altas. Retirava com cautela na areia mais finas a fim de deixar os montes organizados o suficiente para serem postos no caminhão sob o céu azul de inverno, que não era negro, porém sempre de um azul-marinho mais carregado possível. Meninos da mesma família lutavam pela vez de carregar os caminhões; e luvas encarnadas eram abandonadas no local até que aparecessem novamente através do brilho sol de inverno, penduradas nos galhos verdes das arvores mais baixas, à espera da próxima estação. Havia noites em que, a luminosidade derivada da lua longínqua e dos astros refletia-se na água gelada, como objeto de cetim para indumentária de bodas, a criançada apagava as luminárias, honradas por estar ao ar livre à noite sozinha, sentindo-se protegidas pela luz da natureza.
Dentro de bem pouco tempo, porém, não haveria necessidade de as crianças tirar areia do rio Santana com pás para a própria sobrevivência porque os moradores estavam aventando a possibilidade da construção de um centro esportivo, um edifício majestoso em homenagem a Santa Rita de Cássia, padroeira do lugar. 2 de Novembro de 2009 18:09
Raimundo João Cardoso responde ao Lázaro Santana Rosa em 5 de Novembro de 2009 11:02
Lázaro, lembro-me de seu Raimundo, dona Corina e Cici.
Saí de Sericita com 18 anos de idade e lá muito pouco voltei, sou sobrinho do Angelo e Arminda pais de Conceição, Maria, Expedito e José Justo que quem voce deve se lembrar. Minhas tias Ana e Antonia moram em Sericita, agora, depois de morar em São Paulo por alguns anos estão lá também Minha mãe Josefina, Eva e Geraldo meus irmãos. Sou apaixonado por Sericita. Agora gostaria de lhe parabenizar pela bela poesia e lhe convidar para ler meu trabalho literario no Recanto das Letras:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/raijoao, abraço amigo!
Explicação: os textos acima foram copiados de depoimentos feitos aqui no Jornal de Sericita
MEU NOME E LUCIANO SANTANA,GOSTARIA DE EXPRESSAR MEUS SENTIMENTOS PARA TODA FAMILIA DA DONA ANA E A DONA ANTONIA; O QUE ACONTECEU COM ELAS NAO PODE FICAR IMPUNE POIS NAO E A PRIMEIRA VEZ QUE ISSO ESTA ACONTECENDO, A APROXIMADAMENTE 3 MESES ROUBARAM E MATARAM O SENHOR ATHAIDE MIRANDA! ESPERO QUE AS AUTORIDADES DE SERICITA CUMPRAM COM SEU DEVER.
ResponderExcluirgostaria de tedr noticias de alguns de minha familia que mora ai, sou neta do petronilho sampaio e da d.nurica (leonor sampaio) tem alguns tios e primos que mora ai, sou filha do niquinho sampaio, moro em brasilia estive por esses lado tem mais de 3 anos e depois disso so sei moticias pelo email e o jormal gostaria de mais noticias, tenho uma tia bem conhecida a Santa do lo, mae do Alan. da adeina que e esposa do jose arlindo, se tiver como gostaria do email de alguem pra manter um contato
ResponderExcluirola,sou Andre santana como nao ler uma mensagem ainda tao viva,onde todos sentem saudades de familiares e amigos, sou Neto de Jose lima santana, meu pai se chamava vitalino santana, as vezes fico me perguntando, pq a vida tem q ser assim,pq tudo mudou? apesar das dificuldades eramos felizes ao lado de nossos entes queridos,q infelismente nos deixaram e foram morar com DEus. Me lembro do meu pai e Tio levino cantando e desafiando um ao outro, era so alegria, joaquim bem vindo com a sanfoninha oito baixo tocando Vovó picumã,kkk eu ria dimais, e meu pai de olho na Geralda bem vinda esposa do joaquim,eu q vigiava a porta pro meu pai so pra ganhar uma rapadura,rsrrs saudades,saudades,saudades do tempo q nao volta atras,mas com a certeza q eu os amei e amarei eternamente. q um dia nos encontraremos em outra vida.
ResponderExcluirLembram de meu pai Vitalino Santana, nene santana,adilson filho de nene,,joel santana,maria santana,jose pinto mestre no cavaquinho, levino santana,queque ,corina santana,meu padrim helio santana,?
ResponderExcluirforam para nunca mais voltar, foram morar com o nosso senhor, nunca morri pra saber,mas acho q um dia iremos encontrar la onde eles estiverem,espro q seja no ceu pq num qro ir pra outro lugar nao,rsrrss hoje com meus 25 anos sou Espirita e tenho certeza absoluta q encontraremos , hoje tenho certeza q eles foram para o nosso Senhor,mas nunca esquecerao os que amaram na terra.cumpriram suas jornadas aqui ,e foram descansar ao lado de DEus,
Agora falando do rio santana,ainda me lembro eu com meus 7 anos eu aind avia uma agua limpa,cristalina ,ate podia beber,peixes? peixes erasm transparentes nas corredeiras do rio, lembro q eu pescava noi fundo da casa do Elbi e da Bilinha,que pesca q nada,eu ficava de olho era nas frutas q tinham espalhadas pelo quintao, comprava doces na venda e qm pagou ate hj nao sei,comprei fiado,kkkk queijin de cabacinha q a bilinha fazia ou ainda faz nao sei,ahhh eram de primeira qualidade, Festa do Joao do mato era uma alegria imensa, sem comentarios! tudo acabou hj vivemos num mundo moderno restando-nos apenas a saudade de um bom tempo q ja se foi.SAUDADES ETERNAS
Gostei muito do texto e comentários do "JORNAL DE SERICITA",devemos continuar contribuindo,para tornar mais belo este mundo.
ResponderExcluirAbraços e lembranças aos amigos e divulgadores deste "JORNAL",que leva eleva o nome desta comunidade para o BRASIL e o MUNDO.
&&& ROGÉRIO MARTINS DE SANTANA &&&