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domingo, 31 de maio de 2009

Asfalto

O asfalto é muito bem vindo uma vez que, facilita o transporte e o acesso as outras cidades mais rapidamente principalmente aos hospitais. Na realidade tem causado alguns transtornos pela falta de sinalização entre os fatores como buracos etc. No passado o problema era a falta do asfalto dificultando o acesso aos hospitais, agora o problema é o próprio asfalto devido ao “serviço porco”, que coloca em risco a vida das pessoas. Diante dessa situação, dos fatos ocorridos algumas pessoas tomaram uma iniciativa e se manifestaram.






Imagens do asfalto de Sericita






Não está nem na metade da obra e os buracos na tinta de pixe já começam a aparecer.
Confiram não existe camada asfáltica existe uma tinta cobrindo o barro.

O Jogo pesado na CPI da Petrobrás

Jogo pesado

Ninguém quer admitir publicamente, mas, nas últimas semanas, senadores de oposição foram procurados por diretores de grandes empresas que trabalham com a Petrobras.
Gente graúda, que costuma participar das decisões de quem recebe doação de campanha eleitoral. Segundo relatos obtidos dos dois lados, foram conversas de cavalheiros, sem ameaças diretas, mas o objetivo era exatamente esse.
Num estilo educado e cortês, o que foi dito poderia ser traduzido livremente da seguinte maneira: "Se vocês colocarem nossa empresa sentada no banco da CPI sem bases concretas, esqueçam doações no próximo ano".
Não faltaram ainda queixas para o que estão classificando de "criminalização" das doações legais para campanhas eleitorais. Mais uma forma de pressão.
Esses encontros começaram a ocorrer depois que grandes empresas trocaram informações há duas semanas e concluíram que precisavam agir para evitar que virem o centro das investigações.
Todos garantem que não há um desvio em seus contratos com a Petrobras. E que, se forem denunciadas por alguém na comissão do Senado, será por conta de interesses contrariados. Pode ser, afinal não podemos condenar ninguém a priori. Por outro lado, uma boa investigação é, sem dúvida, o melhor selo de idoneidade.
Bem, depois de conversar com diretores de várias dessas empresas, um senador da ala governista firmou uma convicção: há grande risco de a comissão virar a CPI do Forró, com investigações de temas laterais, como patrocínios de festas juninas, passando ao largo de contratos milionários da empresa.
Em resumo, a CPI da Petrobras será um bom teste para medir até onde vai operar o lobby dos grandes fornecedores da estatal. O jogo, caro leitor, será pesado.

De Valdo Cruz na Folha de São Paulo de 31/05/09

3º mandato: Assunto encerrado?

Assunto encerrado

Esvaem-se os ensaios sobre 3º mandato e, com eles, o risco de dividir o país em aventura danosa para o jogo democrático

REFORÇAM-SE mutuamente os números, publicados nesta edição, da pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial e sobre a tese de um eventual terceiro mandato para o presidente Lula.
Fruto bizarro, ao que tudo indica, dos interesses bajulatórios e do maquiavelismo rústico do baixo clero governista, a proposta da "re-reeleição" para o presidente petista não alcança, pelos dados da pesquisa, densidade suficiente para se impor.
Ao contrário: com 49% dos entrevistados contra a ideia, e 47% a seu favor, comprova-se acima de tudo o quanto haveria de arriscado na manobra.
A possibilidade de instituir-se uma fratura profunda de opiniões, em assunto diretamente ligado à estabilidade institucional, surge com clareza -e, do frio registro dos números às vicissitudes de um entrechoque real no debate público, certamente esse potencial divisivo tenderia a intensificar-se gravemente.
Note-se, aliás, a circunstância positiva de que os índices de popularidade do presidente Lula não se transferem automaticamente para o apoio a uma nova reeleição. Se 69% dos entrevistados consideram o seu governo ótimo ou bom -taxa que voltou a atingir níveis recordes-, é bem menor a proporção dos adeptos de uma nova candidatura seguida para o presidente.
O assunto, de qualquer modo, vai-se eclipsando no Legislativo. A proposta de emenda constitucional pela reeleição, de autoria do deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), foi condenada pelas principais lideranças petistas. Inviabilizou-se, finalmente, depois de alguns parlamentares retirarem seu apoio ao projeto, que terminou sem o mínimo de assinaturas exigido para tramitar.
Enquanto isso, a pesquisa Datafolha assinala crescimento do nome de Dilma Rousseff, pré-candidata oficial do governo Lula à sucessão. Com 16% da preferência dos entrevistados -em contraste com os 3% obtidos em março do ano passado-, a ministra da Casa Civil se vê beneficiada pelos intensos esforços do presidente, que literalmente inventou a sua candidatura.
Não há sinal de que as notícias em torno do estado de saúde da ministra tenham pesado nos números. Pelos resultados do Datafolha, Dilma Rousseff se apresenta como candidata viável para as eleições de 2010, disputando com Ciro Gomes (PSB) e Heloisa Helena (PSOL) o posto de principal alternativa ao nome do tucano José Serra, primeiro colocado na pesquisa.
Num continente em que as instituições democráticas parecem cada vez mais ameaçadas pelo caudilhismo e pela tentação continuísta dos governantes, o Brasil tem-se mostrado capaz de manter as regras básicas do jogo político. Este não depende, para funcionar de forma livre, dos caprichos deste ou daquele líder, das chances deste ou daquele candidato, nem de circunstâncias acidentais que se interponham em trajetórias pessoais.
Dissipa-se o perigoso delírio do terceiro mandato; postulantes da situação e da oposição se preparam para a corrida sucessória; sem aventuras nem traumas, a democracia brasileira segue o seu curso.

Editorial da Folha de São Paulo de 31/05/09

Não haverá terceiro mandato, não brinco com democracia, diz Lula

Na Guatemala, presidente comentou pesquisa sobre terceiro mandato.

Lula comparou divergências entre ministros a 'algazarra' de filhos.


Lula durante cerimônia de recepção das chaves da Cidade da Guatemala, nesta terça (2) (Foto: Ed Ferreira / Agência Estado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a descartar a hipótese de um terceiro mandato presidencial nesta terça-feira (2), após evento na prefeitura da Cidade da Guatemala, capital do país.  

Lula foi enfático ao declarar que "o Brasil não deve ter terceiro mandato". "Eu não brinco com a democracia. Quem quer o terceiro [mandato] pode querer o quarto, o quinto ou o sexto", disse. 

Lula defendeu a alternância de poder, acrescentando, no entanto, que "ficou feliz" com os resultados recentes de pesquisas de opinião que mostram que tem muita gente favorável a um novo mandato seu.

O presidente destacou que há vinte anos nenhum analista acreditava que os presidentes Álvaro Colom (Guatemala), Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Michele Bachelet (Chile) pudessem chegar ao poder e, por isso, ressaltou, "a alternância é importante". 

Lula aproveitou para dar um recado para a oposição, dizendo que, "ao ganhar as eleições, o novo governante tem de governar, tem de ter tranquilidade para governar para deixar o país crescer e não pode passar o tempo todo combatendo problemas internos". "Quem perder, tem de compreender que quem ganhou tem de governar", disse.

Do G1, com notícias da Agência Estadão

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1180100-5601,00-NAO+HAVERA+TERCEIRO+MANDATO+NAO+BRINCO+COM+DEMOCRACIA+DIZ+LULA.html

Meu comentário: Lula disse: Quem perder, tem de compreender que quem ganhou tem de governar", será que ele estava se referindo ao período em que o partido dele não deixava ninguém governar? 

Deputado reapresenta PEC que permite o 3º mandato

Jackson Barreto protocola projeto com 182 assinaturas -mais que as 171 exigidas

Na sua primeira tentativa, peemedebista protocolou a PEC com 183 apoios, mas ficou apenas com 170 após a retirada dos oposicionistas

O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) voltou a protocolar ontem a PEC (proposta de emenda constitucional) que abre a possibilidade para um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa é a segunda tentativa do peemedebista de levar a sua proposta adiante. Na semana passada, horas depois da primeira tentativa, deputados do PSDB e do DEM retiraram o apoio do texto, fazendo com que o mesmo, sem apoio suficiente, fosse devolvido pela secretaria da Câmara ao autor.
Na ocasião, o deputado havia protocolado a PEC com 183 apoios, mas no final do dia, ela ficou com apenas 170 (são necessárias, no mínimo, 171).
Agora, a proposta foi apresentada com 182 nomes. Da oposição, apenas os deputados Rogério Lisboa (DEM-RJ), Betinho Rosado (DEM-RN) e Jerônimo Reis (DEM-SE) apoiaram a proposta. Do PMDB são 53 apoios (antes eram 46) e do PT 32 (antes eram 31).
O texto protocolado prevê um referendo, a ser realizado no segundo domingo de setembro de 2009, para consultar a população sobre o terceiro mandato. E diz que todos os cargos do Executivo (governadores, prefeitos e presidente) "e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser eleitos para até dois períodos imediatamente subsequentes".
Barreto diz que, por ser do Nordeste, ele sente o "clamor do povo". O discurso oficial de líderes do PT e do PMDB é que são contra a proposta. O apoio foi dado, segundo ele, por ser praxe dentro da casa.
Para entrar em vigor, a PEC precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, por uma comissão especial, por dois turnos de votação no plenário e seguir o mesmo trâmite no Senado.
Pesquisa Datafolha feita na semana passada mostrou que a emenda que permitiria a Lula concorrer de novo à Presidência em 2010 tem apoio de 47% dos entrevistados contra 49% de desaprovação. Em 2007, a proposta era rejeitada por 65%.
Na sua viagem à Guatemala, na terça, Lula voltou a rejeitar um terceiro mandato, mas se disse "muito feliz" com a parcela da população que defende mais quatro anos para ele no Planalto: "Mas não existe hipótese de terceiro mandato", disse. "Eu volto a repetir o que eu já disse: eu não brinco com a democracia. Foi muito difícil a gente conquistá-la, e o que vale pra mim vale pros outros".

Da Folha de São de Paulo de 05/06/09

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Adeus 3º mandato: a república venceu

Sepultamos mais uma tentativa de golpe, projeto de emenda constituida foi protocolada, mas foi devolvida ao autor por falta do número mínimo de assinaturas de golpistas.  

Deputados retiram assinaturas, e PEC do 3º mandato será devolvida ao autor

Proposta possibilitaria 3º mandato a cargos do Executivo.
PEC ficou com 166 assinaturas, 5 a menos do que seria necessário.

A proposta de emenda à Constituição (PEC 367), que possibilitaria o terceiro mandato para o presidente da República, governadores e prefeitos será devolvida ao autor, deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), por falta do número mínimo de assinaturas necessárias para que ela tramite na Câmara. 

Na tarde desta quinta-feira (28), o parlamentar protocolou a proposta na Casa com 183 assinaturas válidas, mas até a meia-noite, 17 deputados retiram os seus nomes. A PEC ficou com 166 assinaturas, numero abaixo das 171 necessárias para a tramitação da proposta.

Segundo Barreto, a intenção era permitir a candidatura a uma nova reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Mesmo assim, 15 deputados da oposição teriam assinado a proposta, de acordo com Barreto. “Os que assinaram sabiam o que estavam assinando, que é para o Lula. Dos partidos maiores, só não tem ninguém do PPS. Do DEM tem 11 deputados, enquanto do PSDB tem quatro que assinaram”, disse o peemedebista. 

Barreto afirma que o momento político é favorável à tese de mais um mandato para o presidente. “Em política tudo depende do momento. Nós estamos vivendo um momento de crise, que não foi gerada no nosso país, mas para gerir esse momento é preciso de uma pessoa com uma grande força interna e externa para conduzir o país e esta pessoa é Lula."

O deputado pretende encontrar Lula na próxima semana, quando estaria prevista a presença do presidente em um evento em Sergipe, terra do deputado. Barreto não tem medo de ser desautorizado pelo presidente. “Ele está no papel dele de negar o terceiro mandato, mas é o momento que vai dizer."

Do G1, em São Paulo  -  http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1172040-5601,00.html


domingo, 24 de maio de 2009

Lula diz que 'só Deus sabe' se voltará em 2014


" Eu não sei o que vai acontecer em 2010, como é que eu vou pensar em 2014? "


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira, em Ancara, na Turquia, que "só Deus sabe" se irá concorrer a um novo mandato presidencial nas eleições de 2014. 

"Eu não sei o que vai acontecer em 2010, como é que eu vou pensar em 2014?", perguntou.
"A única coisa que eu quero para 2014 é a Copa do Mundo no Brasil. E isso já está garantido."
Durante os três dias de sua visita à Turquia, o presidente comentou em diversas ocasiões que seu mandato terminará em 31 de dezembro de 2010 , rebatendo comentários de que tentaria concorrer ao terceiro termo na Presidência, como alternativa a uma possível candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Fim do mandato
Lula afirmou ainda que seu único plano para quando terminar seu mandato é "ficar em casa e cuidar da família".
"Desde 1978, estou prometendo para a dona Marisa ficar em casa", brincou.
O presidente disse que não está preocupado com o que vai fazer depois do fim de seu mandato.
"Um ano e meio é muito tempo de governo. Nós temos muita coisa para fazer. Se eu parar para ficar pensando o que eu vou fazer em 2011, vou parar de governar e eu quero governar."
Do Globo Online de 22/05/09

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Vencemos: sepultamos o voto em lista

Líderes de partidos governistas na Câmara fecharam anteontem um acordo para sepultar a criação do voto em listas partidárias -e com ela parte da reforma política.

A decisão foi tomada em jantar na casa do vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e contou com a presença do ministro José Múcio (Relações Institucionais).
A maioria dessas bancadas está dividida em relação à criação das listas. Os líderes avaliaram que uma votação em plenário racharia a base aliada. 
Sem lista, deve cair também a proposta de financiamento público de campanhas.

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O protesto deste blog e de outros importantes formadores de opinião foram decisivos para o sepultamento do voto em lista, ou seja uma parte do golpe da reforma política, agora a briga continua contra o início da ditadura petista, ou seja o terceiro mandato.

domingo, 17 de maio de 2009

O Cara da porta das escolas - Pedofilia Não




Vem cá que vou te dar um Banho de loja!
Este é um dos argumentos de pedófilos que cercam jovens meninas!
Aparece o cara de carrão, óculos escuros fazendo gênero, sai em busca de suas presas
O cara não se intimida com nada, aborda mesmo.
E muitas delas se encantam com a lábia doentia, com as promessas de vida melhor e se perdem no presente pelos presentes.
O cara não tá nem aí, é um pedófilo e abusa sexualmente de menores
Mas o cara não age sozinho, ele tem a cumplicidade do silêncio e da omissão de seus vizinhos,amigos, amigas,muitas vezes de pessoas de sua própria família e da população que só observa.
Acontece nas grandes cidades e acontece demais nas pequenas cidades.
Preste atenção no cara que está ao seu lado. Observe-o bem.
Pergunte aos seus conhecidos como é a atitude do seu cara
Insista nas perguntas, seja constante
Você poderá ter respostas nada agradáveis.
Poderá saber que famílias advertem suas filhas para se afastarem do cara
Poderá saber com detalhes por algumas das meninas como era feita a abordagem
Poderá saber que o cara, era conhecido como o Cara das Portas das escolas
Poderá saber de abusos cometidos escondidos pelo silêncio familiar
Poderá saber que prometia casamento para as jovens e as mantinha como amantes por anos.
O cara não tá nem aí, ele consegue o silêncio de um, de outra e assim vai na sua caça nefasta protegido pelo escudo silencioso.
Preste atenção no cara que está ao seu lado. Observe-o bem.
Observe como se aproxima de crianças e jovens meninas
Observe como ele as toca, como as coloca no colo, como as olha.
Observe a reação delas, se é de medo ou de satisfação
Observe a reação dele, observe seus olhos.
Preste atenção Mulher no cara que está ao seu lado. Observe-o bem.
Você pode ter ao seu lado um pedófilo
Você pode estar dormindo com homem que abusa de menores
Preste atenção
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Texto de Ana Maria Bruni

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A ekipekonômica quer subsidiar o rentista



O mimo de R$ 2 bi oferecido aos cotistas dos fundos repete o truque de criar dinheiro por meio da ilusão


No papel de Mãe da Banca, um pedaço da ekipekonômica quer desatar o nó do rendimento das cadernetas de poupança do andar de baixo desonerando em 30% a carga tributária que incide sobre os ganhos de quem aplica nos fundos de investimento do andar de cima. Essa providência destina-se a preservar a ficção de que a economia brasileira pode funcionar cevando uma classe de rentistas e uma banca oligopolizada. Os fundos de investimento têm 10 milhões de cotistas (o que não significa que sejam 10 milhões de pessoas). Nas cadernetas, 45 milhões de contas têm saldo inferior a R$ 100. Para agradar a banca e dar conforto aos cotistas, arma-se uma renúncia fiscal de pelo menos R$ 2 bilhões.
O Banco Central advertiu para o surgimento de problemas financeiros caso a Bolsa Copom (10,25% ao ano) caia abaixo do rendimento das cadernetas, garantida por um indexador, a TR, mais 6% de juros. Essa convergência, quando ocorrer, será um inevitável reflexo de uma nova realidade, a de um país com juros de um dígito. Transformando um indicador de saúde num problema, o governo quer subsidiar os ganhos de rentistas que se inquietam quando o rendimento de seus papéis nos fundos cai abaixo de 0,7% ao mês.
A caderneta de poupança só se tornará mais atraente para cotistas que puseram seu dinheiro em bancos que cobram taxas de administração superiores a 1,5% ao ano. Os repórteres Toni Sciarretta e Fabrício Vieira revelaram que, na média, no ano passado o mercado cobrou 2,03% e ganhou R$ 17 bilhões (dois Bolsa Família). O "Tesouro Direto", do Banco Central, paga a Selic e toma menos que a metade disso. A taxa da banca foi de 1,9% em 2000 para 2,71% em 2006. A Caixa Econômica, contudo, cobra 1,5% ao ano para administrar investimentos de R$ 5.000 a R$ 10 mil por seis meses.
A comparação dos rendimentos da poupança com o dos fundos tornou-se motivo de alarme porque eles se tornaram convergentes. Quando divergiram, sempre em benefício do andar de cima, foram tratados como se fossem um código genético da sociedade brasileira.
O rendimento indexado das cadernetas socorre o andar de baixo, mas deverá ser revisto, pois poderá se transformar na trava que impede a queda dos juros do andar de cima. Isso pode ser feito taxando-se o rendimento dos depósitos superiores a um teto, R$ 10 mil, no palpite. Também pode-se chegar a um quadro em que o governo seja obrigado a arrostar uma medida impopular.
A proposta saiu da cabeça de Bernard Appy, secretário especial do ministro Guido Mantega. Ela recorre ao velho truque da criação de dinheiro por meio da ilusão. O banco cobra 4% de taxa de administração, mas o investidor não liga, porque a Bolsa Copom garante sua renda. O governo, por seu lado, faz de conta que não vê que o problema está na taxa do banco, não na Selic. Na noutra ponta, a caderneta tem o seu rendimento indexado, o sujeito é levado a supor que essa garantia é eterna e Nosso Guia faz de conta que inventou a poupança. Fingindo que as taxas bancárias são razoáveis e que a indexação das cadernetas é uma fatalidade política, os doutores pretendem criar mais uma ilusão, subsidiando o rendimento dos investidores dos fundos por meio de um ataque à Bolsa da Viúva.
Não é a irracionalidade quem provoca a inflação, mas não há inflação sem ekipekonômicas dispostas a usufruir os dividendos políticos da ilusão do dinheiro.

De Elio Gaspari na Folha de São Paulo de 13/05/2009

domingo, 10 de maio de 2009

O golpe da reforma politica - 4


Voto de lista no sistema eleitoral não é uma manobra destinada a desviar a atenção dos escândalos que corroem o congresso: é o próprio escândalo


O voto de lista cria a Bolsa Mandato 

A INICIATIVA da caciquia dos partidos políticos destinada a instituir o voto de lista no sistema eleitoral não é uma manobra destinada a desviar a atenção dos escândalos que corroem o congresso. Ela é o próprio escândalo, pois pretende cassar o direito dos eleitores de escolher diretamente seus candidatos a deputado e vereador. O projeto de mutilação dos direitos dos cidadãos brasileiros tem o apoio das cúpulas de todos os grandes partidos, salvo o PSDB, que está no muro. Segundo seu líder na câmara, deputado José Aníbal, o governador José Serra, candidato à Presidência da República, "passou posição de simpatia à ideia".
A natureza escandalosa da manobra está sinalizada numa frase do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), um dos principais operadores da manobra: "Sou a favor do voto distrital misto. Mas exige emenda constitucional. Esse projeto, não".
Isso equivale a dizer que um sujeito viria a um jantar com a atriz Charlize Theron, mas chegará com Susan Boyle. Ibsen Pinheiro é a favor do voto distrital misto, modelo vigente na Alemanha, mas a iniciativa exige o voto de três quintos da câmara, ou seja, 308 dos 513 deputados. Como eles lhe faltam, defende um modelo que não tem nada a ver com a ideia inicial, mas pode ser aprovado pela maioria simples de 129 parlamentares. Para dar nome aos números, deve-se lembrar que pelo menos 262 deputados integram a bancada dos distribuidores de passagens internacionais para parentes e amigos.
No atual sistema de lista aberta, cada um vota em quem quer. Feita a eleição chega-se a um quociente eleitoral que estabelece o número de votos exigido para que os partidos recebam cada cadeira na câmara. A partir daí, quem determina o acesso ao mandato é a quantidade de votos recebidos pelo candidato. Quem votou em Ciro Gomes elegeu Ciro Gomes, mas quem votou em Delfim Netto mandou para a câmara Michel Temer. Em todos os casos, o eleitor exerceu a prerrogativa de votar diretamente em seu candidato.
Pelo sistema de lista, o voto é canalizado para um panelão partidário e são eleitos os candidatos arrolados pela panelinha da burocracia da sigla. Trata-se de incentivar o criadouro de raposas em nome da proteção do galinheiro. Entre os denunciados por conta do mensalão e de práticas similares contam-se dois ex-presidentes do PT, mais seu tesoureiro e um secretário-geral. Esses e também os ex-presidentes do PSDB, do PTB, do PL e do PP.
Pode-se prever que quase todos os parlamentares que exercem mandatos ocuparão lugares privilegiados nas listas de candidatos, facilitando-lhes a reeleição. Estará criada a Bolsa Mandato.
Quando Ibsen Pinheiro defende o voto distrital misto, indica o caminho de uma reforma eleitoral séria. Quem quiser mudanças, pode fazer sua proposta, debatê-la e levá-la a voto, deixando que tramite como emenda constitucional. Ilustrando a discussão, pode-se arrolar três sistemas, cada um com vantagens e defeitos:
Distritão - Nele, cada Estado é considerado um distrito e vão para a câmara os candidatos que tiveram mais votos numa lista geral, sem que se leve em conta a filiação partidária.
Voto distrital puro - É o sistema americano e inglês. Divide o país em distritos eleitorais a partir de um critério demográfico e os candidatos disputam dentro desses limites. Elege-se quem tiver mais votos. No Brasil, cada distrito reuniria algo como 200 mil eleitores.
Voto distrital misto - É o sistema alemão. O eleitor vota duas vezes. Uma no distrito e outra numa lista fechada. Cada votação preenche metade das cadeiras do Parlamento. Pode-se conceber também um processo no qual é dada ao cidadão a capacidade de alterar a ordem dos nomes da lista. Na Alemanha isso não pode ser feito.
Em nome da decência, os deputados não podem mudar o sistema eleitoral de um país fugindo do quórum dos três quintos exigidos para as reformas constitucionais, escondendo-se atrás de uma votação de maioria simples, modalidade exigida para a criação do Dia da Brotoeja.


Texto de Elio Gaspari na Folha de São Paulo de 10/05/2009


Meu comentário: o Elio Gaspari ainda escreve congresso e câmara com a primeira letra em maiúscula, como ensinam as gramáticas, acho que eles não merecem. 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

19º CONCURSO DE CONTOS LUIZ VILELA

O Concurso de Contos Luiz Vilela, que homenageia com seu nome o escritor Luiz Vilela, nascido em Ituiutaba e aqui atualmente residindo, autor de vários livros, entre os quais “Tremor de Terra”, de contos, seu livro de estreia, e “Perdição”, romance, a ser em breve lançado, é uma promoção anual da Fundação Cultural de Ituiutaba, com o patrocínio da Prefeitura. Destinado a estimular a criação do conto e aberto a todos os escritores brasileiros, sejam eles inéditos ou já publicados, iniciantes ou já consagrados, o Concurso de Contos Luiz Vilela, prestes a chegar à sua 20.ª edição, é hoje, pelo valor de seu prêmio, pela qualidade de suas comissões julgadoras e pelo prestígio que confere aos seus ganhadores, o mais conhecido e disputado concurso de contos do país.

Regulamento


1 - A Fundação Cultural de Ituiutaba promove o 19.º Concurso de Contos Luiz Vilela.

2 - Do concurso poderão participar brasileiros residentes em qualquer estado da federação ou no exterior.

3 - A participação do concurso implicará na concordância automática do participante com todas as cláusulas deste regulamento.

4 - Os contos deverão ser rigorosamente inéditos.

5 - Cada pessoa poderá participar com quantos contos quiser, e não há para os contos limite de páginas nem quaisquer restrições de forma e conteúdo.

6 - É obrigatório o uso de pseudônimo, que será posto logo abaixo do título do conto e, com o título, repetido na parte externa de um envelope que acompanhará o conto e que deverá vir lacrado, trazendo em seu interior o nome do autor, endereço, e-mail, telefone e dados biográficos.

7 - Os contos deverão ser apresentados em quatro vias e digitados em corpo 13.

8 - O prazo para as inscrições termina, impreterivelmente, em 31 de agosto de 2009, valendo a data do carimbo do correio.

9 - Os contos deverão ser enviados para:

Fundação Cultural de Ituiutaba
Rua 20, n.° 1871
Ituiutaba, MG
38300-074

10 - Para julgar os contos, será formada, pela Fundação Cultural de Ituiutaba, uma comissão de três membros, escolhidos entre pessoas de notória competência na matéria.

11 - Ao autor do melhor conto será dado um prêmio, indivisível, em moeda corrente, no valor de R$ 5.000,00, importância da qual, em conformidade com a lei, será retido o percentual do Imposto de Renda.

12 - Além do conto premiado, nove outros serão selecionados, sem ordem de classificação, pela comissão julgadora, para, juntamente com o premiado, constituírem um livro.

13 - O livro com o conto premiado e os selecionados será publicado pela Fundação Cultural de Ituiutaba, no primeiro semestre de 2010, numa edição de 1.000 exemplares, com distribuição gratuita e da qual caberão a cada um dos autores e dos membros da comissão julgadora 10 exemplares.

14 - De cada autor não poderá figurar no livro mais que um conto.

15 - O resultado do concurso sairá em 1.º de dezembro de 2009 e estará, a partir desta data, disponível no site da Fundação Cultural de Ituiutaba, www.fculturalitba.com.br.

16 - A entrega do prêmio ocorrerá no dia 11 de dezembro de 2009, na sede da Fundação Cultural de Ituiutaba, devendo o ganhador vir, por sua conta, recebê-lo pessoalmente.

17 - Não haverá, em nenhuma hipótese, devolução dos contos concorrentes, os quais, findo o concurso, e com a óbvia exceção do conto premiado e dos contos selecionados, serão incinerados, juntamente com os envelopes de identificação.

18 - Poderá a comissão julgadora deixar de dar o prêmio se achar que a ele nenhum dos contos faz jus, e, neste caso, não haverá também a seleção dos nove contos e a publicação do livro.

19 - As decisões da comissão julgadora são irrecorríveis.

20 - Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Fundação Cultural de Ituiutaba.

Ituiutaba, 1.° de janeiro de 2009.

O golpe da reforma política - 3


A lei dos descarados

Proposta de lista fechada em eleição proporcional, que ganha apoio no Congresso, é ataque aos direitos do eleitor

A PROVOCAÇÃO é de tal ordem que se chega a suspeitar de algum surto de insanidade coletiva. A simples falta de compostura, o hábito de legislar em causa própria, o desapreço pela opinião pública não são suficientes para explicar as articulações em curso no Congresso a fim de aprovar os dois pontos mais acintosos do projeto de reforma política elaborado pelo governo Lula.
Trata-se de impedir que o eleitor escolha nominalmente seus candidatos a deputado federal, deputado estadual e vereador e ainda exigir que o contribuinte pague pelos gastos da propaganda eleitoral. A proposta de "lista fechada" nas eleições proporcionais e de financiamento público de campanhas, apresentada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, encontra apoio não só de governistas, mas também de amplos setores da oposição.
PT, PMDB, DEM, PPS, PDT e PC do B concordam: a pretexto de proibir doações aos candidatos, o projeto destina mais de R$ 900 milhões, no primeiro turno, e outros R$ 260 milhões, no segundo turno, para que o cidadão seja persuadido, com dinheiro retirado de seu próprio bolso, a respeito das virtudes de quem financiou.
É de duvidar que até mesmo os maiores entusiastas da proposta possam sustentá-la, num debate cara a cara, com qualquer cidadão que, por acaso, os encontre num saguão de aeroporto -ou, quem sabe, no caso dos mais afortunados, num restaurante em Roma ou num shopping center em Miami.
Não contentes com a sequência devastadora de escândalos que atinge o Poder Legislativo brasileiro, pretende-se retirar do eleitor uma das poucas armas que lhe restam para combater os abusos protagonizados pelos seus representantes.
Com a "lista fechada" para cargos proporcionais, o cidadão teria de resignar-se a votar apenas na legenda do partido, cabendo às instâncias partidárias decidir quais os nomes, e em que ordem, serão eleitos. Prevê-se que os atuais deputados, por exemplo, terão lugar já reservado na lista de seus partidos. Pouco importa se acusado de irregularidades e abusos mais evidentes, o candidato à reeleição simplesmente não estará sujeito, individualmente, ao julgamento do eleitor.
No PSDB, onde a lista fechada sofreu resistência por algum tempo, contam-se nos dedos, agora, as figuras que manifestam repúdio à proposta. O PR, com uma bancada relativamente pequena, fechou questão contra o projeto. Há divisões em algumas bancadas; contudo, por não envolver mudança constitucional, a lei pode ser aprovada por maioria simples no Congresso.
E por que não seria? Nada mais conveniente, depois do descalabro ético em que se envolveram tantos parlamentares, dos mais diversos partidos, do que um dispositivo que lhes permita esconder o próprio rosto no momento da eleição. É a lei dos descarados -e uma das piores afrontas às instituições democráticas do país desde que se encerrou o regime militar.

Editorial da Folha de São Paulo de 07 de maio de 2009


Leia também as postagens anteriores, sobre este assunto 
http://amorordemeprogresso.blogspot.com/2009/05/o-golpe-da-reforma-politica.html


Leia  o comentário da Lúcia Hippolito no O Globo




A “esperteza” dos deputados federais contra os eleitores e contra a soberania popular, tentando instituindo o voto em listas fechadas (para deputados federais e estaduais e para vereadores), já começou a render frutos.

A maioria esmagadora (ou esmagada?) dos eleitores tomou conhecimento do que seja o voto em lista. Muito bom.
Informação é poder. E os nobres deputados não estavam nem um pouco interessados em que os eleitores tivessem acesso a essas informações.
Estavam prontos para votar mais esta pouca-vergonha. E depois, bom, depois seria o fato consumado.
Mas um bocado de gente se esforçou para estragar a tentativa de golpe dos deputados.
Jornalistas, cientistas e analistas políticos, deputados e senadores que são contra este golpe (sim, eles existem!) passaram os últimos dias explicando, explicando, explicando.
Então, para recolocar os pingos nos iis, vamos lá.
O Brasil pratica um tipo muito peculiar de voto proporcional. Lista aberta (o eleitor escolhe seu candidato), coligações em eleições proporcionais (juntando cobra, jacaré e elefante no mesmo palanque) e um mecanismo inteiramente perverso de distribuição das sobras eleitorais.
Resultado: o eleitor vota num candidato honestíssimo... e seu voto pode servir para eleger um bandido. O eleitor brasileiro não tem a menor idéia de quem foi eleito com o seu voto.
Não custa lembrar: nas eleições de 2006, apenas 39 deputados federais, em todo o Brasil, atingiram o quociente eleitoral de seus estados.
Em outras palavras: apenas 39 deputados federais se elegeram com os próprios votos. Os restantes 474 se elegeram com votos da coligação e das sobras eleitorais.
O atual presidente da Câmara, dep. Michel Temer, por exemplo, foi o último colocado no PMDB. Quase não é eleito, precisou dos votos da coligação e das sobras. Mas hoje é o todo-poderoso presidente da Câmara dos Deputados. Pode?!
O sistema está inteiramente distorcido. A vontade do eleitor é inteiramente desrespeitada. A distância entre o representado e o representante (que não representa mais ninguém, apenas ele mesmo).
O sistema eleitoral brasileiro deixou de reproduzir suas virtudes, reproduz apenas seus defeitos.
A solução seria reconciliar representantes e representados, reaproximar os deputados dos eleitores.
Mas não. Acuados por uma impressionante onda de escândalos sucessivos, suas excelências estão com medo de não serem reeleitos em 2010.
(O Congresso brasileiro apresenta das mais altas taxas de renovação no mundo. Portanto, o mandato dos atuais deputados pode estar correndo sério risco.)
E a resposta aos escândalos, qual é? O voto em lista fechada, para garantir a reeleição! Vejam só!
Vamos lembrar: na lista fechada, o eleitor não vota em um candidato, mas numa lista partidária. É o que conhecemos hoje como voto de legenda.
Se o partido ou a coligação fizerem votos necessários para eleger, digamos, 20 deputados num determinado estado, os 20 primeiros da lista estão eleitos.
Isto significa que acaba a renovação, fortalece-se o poder dos caciques partidários, da turma que controla o aparelho dos partidos. E também dos atuais deputados e vereadores. Adeus, renovação.
Escondidos dentro de uma lista fechada, os deputados podem “se lixar para a opinião pública”, como declarou ontem o deputado Sergio Moraes (PTB-RS). Ele tem razão.
Com o voto em lista fechada, os bons deputados servirão de biombo para todo tipo de meliante que se candidata para ter acesso aos cofres públicos e ao foro privilegiado.
Suas Excelências darão uma banana para a sociedade e farão campanha apenas dentro dos partidos. E o eleitor terá cassado o direito de escolher seu candidato e votar nele.
Como escapar do impasse entre continuar com um sistema eleitoral inteiramente falido e embarcar neste golpe que é a eleição em lista fechada?
Uma proposta que mereceria ser analisada é a do distritão.
O projeto, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), é bem simples. Para a eleição de deputado federal e estadual, por exemplo, o estado é o distrito. Serão eleitos os mais votados, acabando com votos de coligação e com sobras eleitorais.
No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, são 46 deputados federais. Os 46 mais votados seriam considerados eleitos, independentemente do partido pelo qual se candidataram. Mas seriam eleitos com os próprios votos.
Atualmente, são 70 os deputados estaduais fluminenses. Da mesma forma, os 70 primeiros seriam considerados eleitos.
Mantém-se a proporcionalidade, reaproxima-se o deputado do eleitor e não se impede o eleitor de votar em seu candidato.
Simples, não?
O único problema é que os candidatos teriam que mostrar sua cara, dialogar diretamente com o eleitor e, uma vez eleitos, teriam que andar na linha e prestar contas do exercício do seu mandato.
Como o eleitor saberia perfeitamente quem foi eleito e quem não foi, a cobrança ficaria mais fácil.
Talvez, exatamente por esta transparência e por esta exposição dos políticos diante de seus eleitores, este projeto do distritão não corre o menor risco de ser aprovado.
Uma pena.
Fonte:  http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito/posts/2009/05/07/lista-fechada-golpe-184083.asp


domingo, 3 de maio de 2009

Terrorismo em rede nacional

Quem me conhece, sabe que sou de oposição, não importa qual partido esteja no poder, eu sou de oposição, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, EU NÃO SOU TERRORISTA! O PPS, antigo partido comunista, pisou na bola!!!


Lula chama de irresponsável propaganda do PPS sobre poupança


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como irresponsável a propaganda política do PPS em rádio e TV sobre as mudanças em estudo para as cadernetas de poupança.

"Fico muito preocupado quando as pessoas começam a brincar com a economia. Teve um partido político que teve uma atitude insana, mentirosa e de irresponsabilidade total ao dizer que o governo brasileiro iria mexer na poupança", disse Lula a jornalistas, sem citar a legenda.

"O povo brasileiro me conhece, sabe do meu comportamento e das minhas atitudes e sabe que eu jamais iria tomar qualquer medida que pudesse prejudicar as pessoas que investem em poupança, que não é nem investimento. A poupança é apenas uma garantia de não desvalorização do dinheiro".

Como sair deste estado coisas, se ainda for possível

Se ainda for possível

A crise está na degradação das instituições; o problema nem é mais esse estado de coisas - é como sair dele

AS DIFERENÇAS de personagens e de circunstâncias, nas aberrações que se revelam umas após outras em Brasília, levam a vermos cada episódio como um fato em si, sem conexão com os precedentes e com os que se insinuam para o nosso próximo pasmo. Mas o mensalão não seria possível na Câmara se no Congresso não vigorassem a permissividade e a desmoralização que mostram agora, no Senado, outras de suas faces. As medidas provisórias que jorram da Presidência da República, em outro exemplo, só são possíveis, no seu amalandrado desrespeito à Constituição, porque logo ao se instalar o governo comprou grande parte do Legislativo, pagando com cargos públicos do Executivo. E aí está, com as recentes invasões de Poderes alheios, o Judiciário, ou, em citação mais justa, o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.

Nada é isolado, fatos limitados a si mesmos, na sucessão de aberrações que explodem sem cessar em Brasília. Trata-se, na expressão comum e mais prática, de um estado de coisas.
Não recente, porém. Talvez nascido com a própria capital, pelas maneiras adotadas para preenchê-la de vida. Sem ir tão longe, pode-se dizer que o agravamento de tudo estava já evidente no governo passado. Nas alianças espúrias do inovador PSDB no Congresso, na inovadora compra a dinheiro de votos parlamentares para a reeleição e, entre tantas outras, na inovação das privatizações manipuladas com participação explícita do próprio presidente da República. Tudo com a inovação de comprovações deixadas no caminho dos maus passos.

O desprezo da legalidade aí praticado sem reação efetiva, e muito escamoteado pelos meios de comunicação por apoio irrestrito a Fernando Henrique, abriu a oportunidade de novas condutas incompatíveis com o poder público. Uma delas: a reiterada afirmação de Lula, nos últimos dias, de que quer Dilma Rousseff como sua sucessora confirma, contra as tantas negativas anteriores, que o quase ininterrupto périplo dos dois pelo país afora, para inspeções inexistentes e celebrações forçadas, já era a apresentação eleitoreira da pretendida candidata. Mas em clara afronta à legislação eleitoral e em plena ilegalidade do uso eleitoreiro de recursos públicos.

As apropriações do poder de legislar, feitas pelo TSE e pelo STF, foram revestidas pelas afirmações de magistrados de ambos, e por vários comentaristas, com este aplauso: "O Judiciário agiu para suprir a omissão do Congresso". Os dois tribunais nada supriram, nem poderiam fazê-lo: conferiram-se um poder que a Constituição não lhes dá, e por isso valeram-se do artifício de incluir as condutas legislativas em decisões que, estas sim, poderiam competir-lhes.

"Suprir omissão do Congresso" é exercer poderes que exigem a representatividade conferida pelo voto popular, o que nem um só integrante do TSE e do STF tem. Além disso, se esses dois tribunais podem suprir o Congresso, o Congresso também há de poder supri-los, decidindo processos que vagam por anos e anos nas altitudes inebriantes do Judiciário. O TSE, a propósito, dá nestes dias uma ilustração de sua eficiência, ao julgar dois governadores já no terceiro dos quatro anos de mandato, ambos acusados de crimes eleitorais na campanha. E ainda falta julgar vários outros, o que pode se dar quando já estejam em outra campanha ou mandato.

Os avanços do Judiciário (representado pelo STF e pelo TSE) sobre os poderes do Legislativo só são possíveis porque a degradação do Congresso e de sua função o impede de reagir. Enquanto o Executivo, para não ser incomodado pelo Judiciário em suas ilegalidades, põe-se à margem. Todos se entendem no seu desentendimento.

Não há crise nos desaforos de ministros do STF. Não são as espertezas e as telefônicas de Lula que determinam a crise. Nem os trambiques financeiros e as passagens aéreas de senadores, as quais, por sinal, em vez de restringidas, deveriam ser liberadas -com a condição de servirem a viagens imediatas para as atrações turísticas do México. A crise está na degradação das instituições e do Estado de Direito. O problema, no entanto, nem é mais esse estado de coisas. É como sair dele -se ainda for possível.

Texto de JANIO DE FREITAS na Folha de São Paulo de 03/05/2009