Em três meses, medidas para conter crise já somam quase R$ 480 bilhões
Desde o agravamento da crise global, a partir de 15 de setembro, quando vendeu dólares pela primeira vez para atenuar o impacto das turbulências, até essa quinta-feira, quando anunciou um pacote de redução de impostos para estimular o consumo , o Executivo já empenhou R$ 479,676 bilhões na operação anticrise.
Como mostra reportagem do Globo, nesta sexta-feira, o marco inicial da ação federal foi 18 de setembro , três dias após a falência do Lehman Brothers, quando o real começou a se desvalorizar. À medida que a cotação do dólar escalava, o volume de venda de moeda americana - e o número de instrumentos utilizados, hoje cinco ao todo - aumentou. Já foram mais de US$ 50 bilhões.
Outro mecanismo que ganhou espaço foi o compulsório bancário . Começou como forma de ampliar recursos para bancos e virou uma estratégia para salvar instituições pequenas. O reforço veio com a Medida Provisória 443, que permitiu a compra de bancos por Caixa Econômica e Banco do Brasil.
O primeiro setor produtivo atendido pelo governo foi a agricultura, seguido pelo setores exportador , automotivo , da construção civil e microempreendedor.
O próximo alvo serão as medidas para evitar demissões.
Elogios e cobranças no Congresso
As medidas anunciadas quinta-feira, especialmente a ampliação do número de alíquotas da tabela do IR, foram elogiadas por parlamentares da oposição e da base governista. Mas os parlamentares reclamaram que o governo poderia ter sido mais ousado, aliviando parcela maior da classe média.
O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), disse que foi uma boa decisão e que o governo está percebendo que tem que agir e fazer o necessário para manter a economia real funcionando. Já Rodrigo Maia, presidente Nacional do DEM, disse que ainda é pouco, apesar de ser um alívio no bolso do contribuinte.
O senador Paulo Paim (PT-RS) avaliou que as medidas vão "fortalecer o emprego.
Pacote precisa estimular confiança
Especialistas ouvidos pelo O Globo afirmam que as medidas precisam atingir a confiança do consumidor, caso contrário, o pacote pode não ser suficiente para estimular o consumo e reduzir os efeitos da crise financeira global.
Segundo Miguel Ribeiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as medidas são positivas. Isoladas, contudo, não estancam os efeitos da turbulência financeira no país.
Para o presidente do Sinduscon-SP, Sérgio Watanabe, as medidas são importantes, mas as vendas de imóveis podem permanecer em queda se a confiança do consumidor não melhorar.
Fonte: Globo Online
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/12/11/em_tres_meses_medidas_para_conter_crise_ja_somam_quase_480_bilhoes-586971064.asp
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