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domingo, 26 de outubro de 2008

Raul Seixas, o maluco beleza



20/08/2008 - MEMÓRIA

Fãs do Raul Seixas lembram aniversário de morte do cantor


Por: Liora Mindrisz (liora@abcdmaior.com.br)
(Cabelo exibe a camisa do ídolo, que faleceu ha 19 anos. Foto: Luciano Vicioni)
Compositor de Maluco Beleza e outro sucessos, vive na memória dos admiradores
Fãs do Raul preparam atividades para comemorar o 19° ano sem o Maluco Beleza, na quinta-feira (21/08). O compositor baiano, influenciado pelo rock, morreu de pancreatite provocada pelo alcoolismo. No ABCD, admiradores mantém a lembrança de Raul viva. O poeta Manoel Hélio, de São Bernardo, apresenta todas às quintas-feiras o programa Raul Seixas - Versos Avulsos, veiculado pelo site Vozes da Cidade.
Para o aniversário de morte do ídolo, Manoel prometeu um programa especial, totalmente dedicado a Raul. “Adorava a forma como ele transmitia suas mensagens, fazia o tempero do rock com música brasileira, como forró, capoeira, viola”, disse o apresentador. “Além da postura política dele. A criatividade de Raul foi muito censurada. Tudo isso me fez ser um apaixonado”.
Manoel se encontrará com outros fãs na praça da Sé, na Capital, onde todo ano, Raul Seixas é lembrado e celebrado. É o caso de Sebastião Ismael de Souza, o Cabelo, que trabalha na Mercedes Benz. Cabelo faz parte do fã clube Raul Rock Clube, e participará da passeata que sai da frente do Teatro Municipal com destino à praça da Sé, a partir das 16h. De acordo com Cabelo, o percurso é feito todo ano, desde 1989.
Para demonstrar o carinho, Cabelo fez uma frase para homenagear. “Raul foi o primeiro e maior roqueiro do Brasil, que foi a metamorfose ambulante, a mosca na sopa e não quis ser prefeito. Criou a sociedade alternativa e nasceu a dez mil anos atrás”, disse.
As músicas inspiram a vida e parecem sempre atuais. “Se você ouve o Raul desde quando ele começou a carreira, ela continua sendo a realidade. Então na minha concepção não somos apenas fãs de Raul Seixas, somos Raulseixistas”, explicou Cabelo.
“Toda a minha vida é pautada nele, no trabalho, na visão do mundo e no conviver com as pessoas. É a régua e o compasso”, disse Manoel. “Raul está em todas as camadas pela pureza das palavras. Ele vivia o que ele cantava, a música era a continuidade dele”.
(Matéria publicada no www.abcdmaior.com.br no link Cultura.)

Um comentário:

  1. Recordando o Passado

    Sericita, 29/10/00
    Lázaro Santana Rosa

    Fui buscar o passado:
    Lá eu nasci.
    Lá eu cresci.
    De lá eu mudei,
    Mas lá eu voltei.
    Fui rever a fazenda.
    A boiada passando.
    O carro de boi cantando,
    Surgindo lá na baixada.
    Em destaque, a esteira de taquara.
    Na frente uma faixada.
    Fui rever também o engenho.
    O velho engenho de cana!
    Do bagaço à garapa,
    Do melado à rapadura.
    Olha!...Tudo isso uma doçura,
    Mas que tristeza!
    Tudo era imaginação,
    Do meu tempo de criança!
    Na coberta,
    o velho carro de boi encostado!
    As rodas cambetas,
    O eixo quebrado,
    A esteira rasgada,
    Todo empoeirado!
    O Engenho,
    O velho engenho de cana?
    Já não mais existia!
    A não ser o esqueleto:
    A tacha furada,
    A moenda quebrada,
    A coberta estragada.
    E meu tio Joãozinho,
    O dono do engenho?
    Só restava a saudade!
    Pois, ali não mais estava.
    Falecera...
    Estava em outro mundo!
    A tristeza bateu forte,
    Que de logo tocou fundo!
    Não mais rever o meu tio,
    Não mais rever o engenho,
    O velho engenho de cana!
    Oh!...
    Que sentimento profundo!

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