OI, MEU RIO MACARANI,
O QUE FOI QUE TU FIZESTE
PRA TE MALTRATAREM TANTO ASSIM?
SERÁ QUE TUA MALDADE
NÃO FOI O EXCESSO DE BONDADE,
DANDO PEIXES, ÁGUA LIMPA,
E O TEU NOME À CIDADE?
ISSO SEM FALAR DAS GAMELEIRAS,
JENIPAPOS, INGAZEIRAS
E DAS AVES BREJEIRAS
QUE ENFEITAVAM AS TUAS MARGENS.
FOSTES O RIO QUE MAIS AMEI,
POR TUDO QUE DESFRUTEI.
QUANDO AINDA UM GAROTO
EU NADAVA, EU PESCAVA,
EU CORRIA E PULAVA,
EU BRINCAVA COM VOCÊ;
HOJE, UM TANTO SONOLENTO,
AINDA QUE AGONIZANTE,
SEGUES O SEU CURSO, LENTO,
LUTANDO PRA NÃO MORRER.
ONDE SE VIA UM RIO
CAUDALOSO, BORBULHANTE,
CHEIO DE FERTILIDADE,
VÊ-SE AGORA APENAS UM FIO,
QUAL UMA FITA ISOLANTE,
DIVIDINDO A CIDADE.
AH! SE EU PUDESSE TE AJUDAR,
À TODOS IRIA IMPLORAR
QUE HOUVESSE CONSCIÊNCIA
DO MAL QUE FIZEMOS A TI,
NÃO TE NEGARIA TAL ESFORÇO,
TU ÉS UM RIO, NÃO UM ESGOTO,
DOCE RIO MACARANI.
JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOS (QUINCAS)
Poesia extraída da Tribuna Escrita www.tribunaescrita.blogspot.com/.
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