Numa época onde a indústria cultural elitizada massifica a cultura e a produção cultural, canalizando ao setor mercadológico que recebe o véu fetichizado – e a propaganda convence o leitor a pagar caro; poucas iniciativas autônomas sobrevivem ao esmagador processo dessa industria. O sarau é o espaço cultural, onde a manifestação artística e autônoma, nas mais diversas expressões sobrevive, florescem e reproduzem, transcendendo os limites e o controle do sistema elitizado alienado e alienador.
Contribuindo para a sobrevivência e propagação da cultura através desse importante espaço, Manoel Hélio (Diretor Suplente), Ketu (Presidente) e Ditinho (Vice-Presidente), ambos do SINDSERV, inauguram o primeiro sarau nessa instituição às 19:00 horas do dia 29 de Maio de 2008, que será realizado toda última sextaa-feira de cada mês. A iniciativa por si só já é um grande passo. Resgatar esse espaço histórico de produção e reprodução artística é apresentar perspectiva aos nossos artistas que ficam as margens da indústria cultural, que elege seus representantes e fecha a porta para novas tendências e novos artistas. O sarau está cada vez mais raro em nossos dias, por isso, a iniciativa do sindicato reveste de sentido histórico-cultural.
O sarau enquanto espaço da efervescência cultural, cria e recria, artistas e artes; dá voz e vez aos excluídos da grande mídia. É um espaço onde o exótico é apresentado e representado. O exótico que perpassa o esótico, abarcando os de fora, os periféricos, os suburbanos, enfim, os excluídos ou não alcançados pelas grades ideológicas do sistema alienante que a tudo e todo quer transformar em produto.
Oséias Francisco da Silva
Filosofo e Escritor
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