Algumas mulheres fecham os olhos e beijam sapos, tentando transformá-los em príncipes, mas não percebem que estão a beijar cascavéis.
Mulheres, ao primeiro sinal de que seu companheiro é violento, não tenham dúvidas: AFASTEM-SE.
Qquem conhece o criminoso que mora em sua casa, ou quem você se relacionou é você: MULHER.
Algumas mulheres ficam questionando, mas se eu sair de casa vou perder tudo, vou perder a minha casa, vou perder a guarda dos meus filhos, vou precisar mudar de endereço, mudar de emprego, ou seja, ele é o criminoso e sou eu a penalizada?
Pois é, o mundo é cruel e não adianta culpar os homens, o mundo é violento e nós humanos, estamos aqui para tentar melhorar um pouco a nossa história.
Planetas colidem com planetas, cometas causam destruição, asteróides destroem vidas e até planetas, estrelas engolem outras estrelas, galáxias engolem galáxias, sem falar nos animais onde a lei da selva é preciso matar para sobreviver. Lobo-mau não sobrevive comendo alface.
Tentando melhorar um pouco nossa história e quem sabe continuar caminhando em direção à civilização, é que eu recomendo: AFASTEM-SE DO AGRESSOR, não importa como, AFASTEM-SE.
A Drª Ana Beatriz Barbosa Silva em seu livro Mentes Perigosas recomenda: O único método verdadeiramente eficaz de lidar com o psicopata é mantê-lo longe, bem longe de você. (Pag. 184, dica 11)
A jornalista Vera Mattos também recomenda: Ao primeiro tapa diga: ADEUS!
Neste mês de Julho de 2010 estamos lamentando a morte de três mulheres assassinadas. Assassinatos que nos chocam profundamente, mas um estudo organizado pelo Instituto Zangari aponta que dez mulheres são assassinadas por dia no Brasil.
Vou me concentrar no assassinato destas três mulheres, por serem de conhecimento de qualquer brasileiro minimamente informado.
Vou começar meu relato pelo assassinato da médica, morta a facada em Torres no Rio Grande do Sul.
A médica
Em 24/11/09: Ela fez esta postagem no Orkut
Se tiver que levar a Lei Maria da Penha adiante (teve ordem de prisão pra ele) pra ele entender que eu sou gente e tenho vida, filhos e sentimentos, vou até o fim!!
Eu recomendei que procurasse o foro, os promotores, os advogados e continuasse o processo contra o agressor. Até então eu não conhecia os detalhes do caso. Depois cheguei à conclusão que ela só queria usar a lei Maria da Penha para provar que ela era gente e merecia ficar com ele. Ou seja, queria fazer uma troca, retirava a queixa desde que ele ficasse com ela.
Em 27/11/09 ela perguntou:
- Que eu faço??? Fui ainda atrás dele há duas semanas???? E ele diz que quer me desfigurar??? Eu não sei pq não consigo ter medo, a única coisa que sinto é trsiteza!!! Uma tristeza sem tamanho!!!Eu respondi:
- Procurou ele por quê?
Você é médica, conhece muito bem a anatomia humana, todos os homens são iguais, a diferença está na atenção, no carinho que um homem te proporciona, se ele te machuca, então não é carinho.
ACREDITE: existem homens que gostam de ver uma mulher FELIZ!, realizada e felizmente somos a MAIORIA.
Algumas coisas a gente aprende observando a natureza e na semana passada observando um João de Barro construindo sua casa e namorando a Joana de Barro, então pensei: que belo exemplo para nós homens, você precisa ver como ele trata a fêmea dele: SÃO PARCEIROS!
Novamente eu pergunto: Procurou ele por quê?
Esquece ele...
No mundo existem mais 3 bilhões de homens para você escolher, para te amarem, te fazerem feliz.
O resto da história da médica vocês conhecem, o caso que começou na internet, no Orkut, acabou em tragédia na cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul. A médica paulista, 40 anos, foi esfaqueada diversas vezes até a morte. A médica morreu por amar demais, sem ser correspondida.
A advogada
Outra história trágica envolve uma advogada que desapareceu e foi encontrada morta, boiando nas águas de uma represa. Tudo indica que esta advogada foi morta por seu ex-companheiro e sócio no escritório de advocacia. Tudo indica que o crime foi cometido por alguma coisa que a advogada sabia sobre ele e ele não queria que fosse revelado.
A modelo
A mais trágica e macabra de todas envolve uma modelo e atriz, mãe de um filho pequeno que pedia pensão ao pai do filho, mas também neste caso tudo leva a crer que o motivo maior para o crime foi o fato de ela conhecer os segredos de seu ex-companheiro e dos amigos do ex.
Três assassinatos, três vidas perdidas, três pessoas que não conseguiram ficar longe do agressor.
Tal como a mariposa que se apaixona pelo fogo e morre queimada, a médica vou ao encontro ao seu grande amor, mas só encontrou a morte.
A advogada tentou se livrar do ex-companheiro, mas havia algo na relação dos dois que os unia.
A modelo tinha um filho e a vontade de obter algum dinheiro para bancar as despesas.
Nós não conseguimos mudar o passado, mas podemos aprender as lições do passado e tentar evitar a repetição das tragédias.
As fábulas nos ensinam muitas coisas, vou contar uma delas.
A fábula do sapo e o escorpiãoCerta vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido:
"Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
O sapo respondeu: "Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar."
Disse o escorpião: "Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos."
Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio.
Quando estavam quase na margem do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
E o escorpião, enquanto saltava para a margem respondeu: "Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza."
Ainda sobre fábulas do reino animal eu diria que algumas mulheres fecham os olhos e pensam estar a beijar sapos tentando transformá-los em príncipes, mas não percebem que estão a beijar cascavéis.
Meditando sobre os três casos eu reafirmo: AFASTEM-SE, fiquem do agressor, se preciso for, larguem tudo, deixem tudo para trás, carros, caras, dinheiro, vida confortável, larguem tudo, pois é melhor viver debaixo do viaduto que ganhar uma sepultura no cemitério e no caso da modelo, parece que nem isto ele conseguiu.
Em nosso país existem leis, existe polícia, existe todo um sistema judiciário que podem ajudá-las, estes atores de controle social poderiam ser mais eficientes, porém a maioria das vítimas não procuram a polícia e a justiça, prestam atenção, depois do boletim de ocorrência é preciso fazer a REPRESENTAÇÃO e ir ao foro para dar continuidade ao processo. Para ajudar na decisão de se afastar do agressor, vou abordas alguns temas recorrentes na difícil hora da separação.
Abandono de lar
Muitas pessoas ainda acreditam que existe esta famigerada lei que previa o abandono do lar, posso afirmar a todas vocês este dispositivo do código civil caducou e já estava em desuso, mesmo antes de ser revogado.
Bens do casal
Nossa lei prevê que tudo que foi comprado, ou construído depois que o casal está junto, será repartido em partes iguais entre o homem e a mulher.
Guarda dos filhos menores
Normalmente a guarda dos filhos será da mulher.
Pensão alimentícia para os filhos
A justiça não quer saber de discussão, basta que a mulher peça, para que o juiz determine o pagamento imediato da pensão aos filhos, mas existe o vice-versa, se o homem for o responsável pela guarda das crianças, então a mãe deverá pagar.
Pensão alimentícia para a esposa
Está prevista na lei Maria da Penha, porém depende da comprovação da necessidade.
Texto de José Geraldo da Silva
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sábado, 24 de julho de 2010
Sinais avisam que o amado pode virar algoz
Sinais avisam que o amado pode virar algoz, afirmam especialistas
Vou ficar rouco de tanto repetir: afastem-se do agressor
Estima-se que mais de 2 milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos
"Taty, eu amo o Rodrigo, sei que ele me bate porque tenho alguma culpa nisso tudo." Esse é um trecho do e-mail enviado pela médica paulista Glaucianne Hara, dias antes de sua morte. Ela conversava com sua psicanalista e amiga, Tatiane Mendes, sobre o relacionamento que mantinha com o marceneiro gaúcho Rodrigo Fraga da Silva, assassino confesso da parceira.
A médica paulista Glaucianne Hara foi morta dia 5 de junho a facadas em frente ao hotel Bauer, na cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande Sul. O marceneiro Rodrigo Fraga da Silva se apresentou à polícia e assumiu a autoria do crime. Ele é casado e mantinha com a vítima um relacionamento conturbado havia três anos.
A frase do início do texto resume a história recorrente de mulheres que se envolvem em relacionamentos suicidas, vivem dias de terror e até têm a vida interrompida por tal decisão. A mídia tem relatado também os casos da advogada Mércia Nakashima e da modelo Eliza Samudio e a pergunta que fica no ar é: há como prever um ato de tamanha violência por comportamentos ou atitudes do companheiro?
"Estou te ligando para dizer que dessa vez acabou, acabo de sair de um coma... Ele me chutou e me bateu tanto que fiquei em coma e perdi os movimentos de uma perna. Quero me dedicar aos meus filhos pequenos, agora basta", diz Glaucianne à amiga. E duas semanas depois, o discurso muda:"A verdade é que não consigo, vou atrás dele de novo, ele deve ter tido motivos para fazer o que fez..."
Sim, segundo a psicanalista Tatiana Mendes, autora do livro “Homens que Amam Demais” (Editora Isis), que, depois de ouvir tantos casos em consultório e sofrer a perda da amiga Glaucianne dias atrás, comanda um movimento de consciência feminina contra a violência. “Centenas de mulheres morrem por causa de amor patológico, seja porque se matam, seja porque se envolvem com sociopatas. É o que chamo de cegueira emocional: uma codependência que promove a incapacidade de lidar com o outro de forma saudável. Quem vê de fora tem a sensação de que a mulher é ‘burra’, mas o fato principal é que essa ‘burrice emocional’ é uma doença, e o sofrimento é enorme”, explica a especialista.
Alertas
No caso específico da médica assassinada, a psicanalista aponta vários fatores que servem como alerta de que algo não vai bem. “A velha história de que quem fala não faz é pura mentira. O homem dá diversos sinais verbais de que poderá cometer um crime passional ou uma futura agressão física. O simples fato de dizer que irá fazer já é uma ameaça e uma coação, uma forma de intimidar e chantagear a vítima, deixando-a assustada. Essa é uma das características de homens frios, dominadores, narcisistas e, muitas vezes, sociopatas”, afirma Tatiana.
Os números da violência contra a mulher são alarmantes. No Brasil, uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo revela que a cada 15 segundos uma mulher é agredida. Estima-se que mais de 2 milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos.
Os especialistas advertem que pequenas atitudes denunciam um gráfico crescente de agressão dentro de uma relacionamento. O homem que começa a gritar ou a xingar a companheira certamente no futuro pode machucá-la fisicamente. “Se um tapa vier, esteja certa de que muitos outros o seguirão. Qualquer tipo de agressão serve de alarme, porém o que acontece é que a própria mulher, cega pela paixão, quer justificar os atos - mesmo que errados - do seu amado”, diz Tatiana.
"Toda forma de controle exacerbado sobre o comportamento do outro é uma expressão de violência. Nas relações entre casais, o controle de ligações telefônicas, correspondências por e-mail, horários e vestuário pode ser o estopim da violência a partir do momento em que a mulher não aceita mais isso" diz Wania Pasinato, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
Em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis. A socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), Wania Pasinato, acredita que a violência contra a mulher ganhou grande expressão pública principalmente depois da Lei Maria da Penha, instituída em 2006. “Hoje, diversas campanhas procuram estimular mulheres a procurarem as instituições. É preciso ter consciência de que esse é um problema público, de políticas públicas”, declara.
É necessário apontar que a violência contra a mulher não aumentou necessariamente. A mídia dá destaque a alguns casos porque envolvem pessoas famosas ou porque os crimes têm requintes de crueldade, mas a verdade é que a violência sempre existiu. Mas, em um país de cultura machista, o fato não ganhou destaque durante muito tempo. Além desse cenário cultural, há outro fato que contribui para a violência contra a mulher: o vínculo amoroso. “Nós estamos falando de violências que ocorrem no interior de relacões afetivas. Essas mulheres foram agredidas por homens que elas nutriam sentimentos, por quem elas queriam de alguma forma em suas vidas e, quando se veem um relacionamento dessa natureza, não conseguem enxergar a necessidade de escape da situação”, analisa Wania.
Sem contar que muitas mulheres veem a violência como uma expressão de amor, já que existem diversos tipos de violência: a do controle, a do ciúme, a da posse. “Esse pensamento cria amarras para que elas permaneçam nesse tipo de relacionamento. Sair disso não é uma decisão fácil e, às vezes, é algo praticamente impossível para a mulher”, diz Wania. Ela ainda lembra que é fácil deslizar nesse campo e acusar a mulher por ter feito tal escolha. “Não podemos penalizá-la por ter tido esse comportamento porque ela vai atrás do que acredita. A própria Eliza estava cobrando um direito que ela tinha, do reconhecimento de paternidade de um filho que ela não fez sozinha”, afirma.
Ajuda online
"Rejeitadora ou rejeitada, quase sempre é a mulher que leva a pior, por isso vou ficar rouco de tanto repetir: afastem-se do agressor"
José Geraldo, em sua comunidade no Orkut, pensando em melhorar o quadro caótico da violência, José Geraldo da Silva, recepcionista de um fórum de São Paulo, resolveu criar, em 2005, a comunidade “Contra Violência à Mulher” no Orkut. Hoje, mais de 52 mil pessoas trocam experiências, desabafos e conselhos por intermédio dessa ferramenta. “Depois de ouvir dia a dia queixas e relatos de mulheres que sofriam nas mãos de seus companheiros, decidi fazer minha parte promovendo informações e trocas de experiências na rede social. Sou da época em que, quando o homem batia na mulher, ele pagava com cestas básicas. Hoje, com a Lei Maria da Penha, o quadro melhorou um pouco, mas ainda não é o ideal, pois o problema é cultural dos dois lados: é comum o homem agredir a mulher e é normal ela aceitar a agressão”, afirma José. E complementa: “Na minha rotina, acompanho casos de mulheres que partem para a denúncia só depois da agressão número 30”.
Texto de RENATA RODE - Colaboração para o UOL
http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultnot/2010/07/16/sinais-avisam-que-o-amado-pode-virar-algoz-afirmam-especialistas.jhtm
Vou ficar rouco de tanto repetir: afastem-se do agressor
Estima-se que mais de 2 milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos
"Taty, eu amo o Rodrigo, sei que ele me bate porque tenho alguma culpa nisso tudo." Esse é um trecho do e-mail enviado pela médica paulista Glaucianne Hara, dias antes de sua morte. Ela conversava com sua psicanalista e amiga, Tatiane Mendes, sobre o relacionamento que mantinha com o marceneiro gaúcho Rodrigo Fraga da Silva, assassino confesso da parceira.
A médica paulista Glaucianne Hara foi morta dia 5 de junho a facadas em frente ao hotel Bauer, na cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande Sul. O marceneiro Rodrigo Fraga da Silva se apresentou à polícia e assumiu a autoria do crime. Ele é casado e mantinha com a vítima um relacionamento conturbado havia três anos.
A frase do início do texto resume a história recorrente de mulheres que se envolvem em relacionamentos suicidas, vivem dias de terror e até têm a vida interrompida por tal decisão. A mídia tem relatado também os casos da advogada Mércia Nakashima e da modelo Eliza Samudio e a pergunta que fica no ar é: há como prever um ato de tamanha violência por comportamentos ou atitudes do companheiro?
"Estou te ligando para dizer que dessa vez acabou, acabo de sair de um coma... Ele me chutou e me bateu tanto que fiquei em coma e perdi os movimentos de uma perna. Quero me dedicar aos meus filhos pequenos, agora basta", diz Glaucianne à amiga. E duas semanas depois, o discurso muda:"A verdade é que não consigo, vou atrás dele de novo, ele deve ter tido motivos para fazer o que fez..."
Sim, segundo a psicanalista Tatiana Mendes, autora do livro “Homens que Amam Demais” (Editora Isis), que, depois de ouvir tantos casos em consultório e sofrer a perda da amiga Glaucianne dias atrás, comanda um movimento de consciência feminina contra a violência. “Centenas de mulheres morrem por causa de amor patológico, seja porque se matam, seja porque se envolvem com sociopatas. É o que chamo de cegueira emocional: uma codependência que promove a incapacidade de lidar com o outro de forma saudável. Quem vê de fora tem a sensação de que a mulher é ‘burra’, mas o fato principal é que essa ‘burrice emocional’ é uma doença, e o sofrimento é enorme”, explica a especialista.
Alertas
No caso específico da médica assassinada, a psicanalista aponta vários fatores que servem como alerta de que algo não vai bem. “A velha história de que quem fala não faz é pura mentira. O homem dá diversos sinais verbais de que poderá cometer um crime passional ou uma futura agressão física. O simples fato de dizer que irá fazer já é uma ameaça e uma coação, uma forma de intimidar e chantagear a vítima, deixando-a assustada. Essa é uma das características de homens frios, dominadores, narcisistas e, muitas vezes, sociopatas”, afirma Tatiana.
Os números da violência contra a mulher são alarmantes. No Brasil, uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo revela que a cada 15 segundos uma mulher é agredida. Estima-se que mais de 2 milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos.
Os especialistas advertem que pequenas atitudes denunciam um gráfico crescente de agressão dentro de uma relacionamento. O homem que começa a gritar ou a xingar a companheira certamente no futuro pode machucá-la fisicamente. “Se um tapa vier, esteja certa de que muitos outros o seguirão. Qualquer tipo de agressão serve de alarme, porém o que acontece é que a própria mulher, cega pela paixão, quer justificar os atos - mesmo que errados - do seu amado”, diz Tatiana.
"Toda forma de controle exacerbado sobre o comportamento do outro é uma expressão de violência. Nas relações entre casais, o controle de ligações telefônicas, correspondências por e-mail, horários e vestuário pode ser o estopim da violência a partir do momento em que a mulher não aceita mais isso" diz Wania Pasinato, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
Em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis. A socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), Wania Pasinato, acredita que a violência contra a mulher ganhou grande expressão pública principalmente depois da Lei Maria da Penha, instituída em 2006. “Hoje, diversas campanhas procuram estimular mulheres a procurarem as instituições. É preciso ter consciência de que esse é um problema público, de políticas públicas”, declara.
É necessário apontar que a violência contra a mulher não aumentou necessariamente. A mídia dá destaque a alguns casos porque envolvem pessoas famosas ou porque os crimes têm requintes de crueldade, mas a verdade é que a violência sempre existiu. Mas, em um país de cultura machista, o fato não ganhou destaque durante muito tempo. Além desse cenário cultural, há outro fato que contribui para a violência contra a mulher: o vínculo amoroso. “Nós estamos falando de violências que ocorrem no interior de relacões afetivas. Essas mulheres foram agredidas por homens que elas nutriam sentimentos, por quem elas queriam de alguma forma em suas vidas e, quando se veem um relacionamento dessa natureza, não conseguem enxergar a necessidade de escape da situação”, analisa Wania.
Sem contar que muitas mulheres veem a violência como uma expressão de amor, já que existem diversos tipos de violência: a do controle, a do ciúme, a da posse. “Esse pensamento cria amarras para que elas permaneçam nesse tipo de relacionamento. Sair disso não é uma decisão fácil e, às vezes, é algo praticamente impossível para a mulher”, diz Wania. Ela ainda lembra que é fácil deslizar nesse campo e acusar a mulher por ter feito tal escolha. “Não podemos penalizá-la por ter tido esse comportamento porque ela vai atrás do que acredita. A própria Eliza estava cobrando um direito que ela tinha, do reconhecimento de paternidade de um filho que ela não fez sozinha”, afirma.
Ajuda online
"Rejeitadora ou rejeitada, quase sempre é a mulher que leva a pior, por isso vou ficar rouco de tanto repetir: afastem-se do agressor"
José Geraldo, em sua comunidade no Orkut, pensando em melhorar o quadro caótico da violência, José Geraldo da Silva, recepcionista de um fórum de São Paulo, resolveu criar, em 2005, a comunidade “Contra Violência à Mulher” no Orkut. Hoje, mais de 52 mil pessoas trocam experiências, desabafos e conselhos por intermédio dessa ferramenta. “Depois de ouvir dia a dia queixas e relatos de mulheres que sofriam nas mãos de seus companheiros, decidi fazer minha parte promovendo informações e trocas de experiências na rede social. Sou da época em que, quando o homem batia na mulher, ele pagava com cestas básicas. Hoje, com a Lei Maria da Penha, o quadro melhorou um pouco, mas ainda não é o ideal, pois o problema é cultural dos dois lados: é comum o homem agredir a mulher e é normal ela aceitar a agressão”, afirma José. E complementa: “Na minha rotina, acompanho casos de mulheres que partem para a denúncia só depois da agressão número 30”.
Texto de RENATA RODE - Colaboração para o UOL
http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultnot/2010/07/16/sinais-avisam-que-o-amado-pode-virar-algoz-afirmam-especialistas.jhtm
terça-feira, 20 de julho de 2010
Meu amigo José Geraldo...
Aos meus amigos "Pedros", porque nesta metamorfose humana, às vezes, eu também sou "Pedro"....
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