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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Dependência e morte

Na blitz sobre a cracolândia paulistana, deflagrada pelo governo estadual e pela Prefeitura de São Paulo na semana passada, transeuntes que assistiram à operação e até agentes de saúde se surpreenderam com a resistência dos dependentes a se deixar transferir para albergues, a receber ajuda e a ter uma oportunidade de se libertar do crack.

A cobertura de "O Estado de S.Paulo" reproduziu o diálogo entre um garoto de 12 anos e um agente. Ao ouvir a promessa de que, no albergue, ele não teria crack, mas poderia comer pizza à vontade, o menino reagiu a caráter: "Não gosto de pizza. Gosto de crack".
O que surpreende nesse diálogo é a inocência do profissional da saúde, ao acreditar que uma reles pizza poderia curar uma das mais severas dependências químicas já surgidas. Ou que o guri fuma crack por não ter dinheiro para a pizza. Ou que sua preferência pela droga seria produto de sua vontade ou, quem sabe, de sua "má natureza".
Duas ou três cachimbadas de crack são suficientes para estabelecer a dependência. A partir daí, a sensação, que se poderia classificar de prazerosa naquelas primeiras instâncias, muda de figura. Não será mais pelo prazer que o usuário terá de continuar com a droga, e sim para não passar mal -para não experimentar os terríveis efeitos da abstinência. Com qualquer droga é assim, mas com o crack é pior, porque o efeito apaziguador de uma pedra passa em instantes depois de fumada, obrigando o dependente a comprar outra pedra (por R$ 5 ou R$ 10) e fumar de novo.
Os dependentes não querem ir para o albergue porque sabem que lá não há crack e, para eles, ficou impossível viver sem crack. Na verdade, o impossível é viver com crack -mas seus sobreviventes só descobrirão isso depois de purgar todos os demônios da abstinência numa dura internação.

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Texto de Ruy Castro na Folha de São Paulo de 29/07/09

domingo, 26 de julho de 2009

Parentes procuram por seus parentes

Parentes procuram por seus parentes, amigos procuram seus amigos/as.
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A Hildebranda encontrou os parentes dela, através do Jornal de Sericita.
Veja em: Alguém procura por seus familiares
http://jornaldesericita.blogspot.com/2008/11/algum-procura-por-seus-familiares.html

sábado, 18 de julho de 2009

Lula, a pizza, o “porquito” e o compadrio

Escuta Essa! – Lula, a pizza, o “porquito” e o compadrio


Um dia após a criação da CPI da Petrobras e minutos depois de saborear carne de porco assada em almoço da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração que deixou parlamentares enfurecidos. Chamou senadores oposicionistas de "bons pizzaiolos". Para tentar controlar a crise polítca, que tem como foco o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula se esforça para manter suas alianças no Congresso. Com a ministra Dilma no palanque, elogiou o ex-rival Fernando Collor de Mello, senador pelo PTB de Alagoas, e Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado. Renan comandou a escolha do novo presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ)
Do UOL Notícias Vídeos 18/07/2009 07h08 - http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2009/07/18/04023770CCC97346.jhtm


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Lula fecha olhos para escândalos quando lhe convém, diz 'Economist'



Revista britânica chama Senado de 'Casa dos Horrores' e comenta escândalo dos atos secretos.

Foto: Reprodução
Reprodução
Reportagem da revista 'Economist' sobre o Senado brasileiro (Foto: Reprodução)

O revista britânica The Economist diz na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira que os escândalos do Senado brasileiro são um lembrete das falhas cometidas por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da "disposição de Lula em fechar os olhos para escândalos quando lhe convém".

O artigo é intitulado "Casa dos Horrores", em uma referência ao Senado, "que tem 81 membros mas, de algum modo, requer quase 10 mil funcionários para cuidar deles".

Muitos dos funcionários da Casa, segundo a revista, "foram apontados como favores a amigos dos senadores ou simpatizantes políticos".

A revista comenta a pressão sobre o presidente do Senado, José Sarney, por conta do escândalo.

Sarney é aliado de Lula, afirma o artigo, e o presidente estaria interessado no apoio do PMDB - Partido de Sarney - para a provável candidatura de Dilma Rousseff pelo PT.

"Muitos senadores, de todo o espectro político, cometeram erros. Quando o líder do opositor PSDB foi passear em Paris, por exemplo, o Senado pagou a conta do hotel. (Ele diz que foi um 'empréstimo'). Então parece injusto que Sarney seja o único pressionado a renunciar", diz a Economist.

"Mas ele também não pode se dizer ignorante sobre o que se passava no Senado. Este é seu terceiro mandato como presidente. Durante um período anterior, ele apontou Agaciel Maia (chefe da administração do Senado) para sua lucrativa posição."

O artigo ainda comenta outros deslizes de José Sarney, mas afirma que ele é "um sobrevivente" e "provavelmente vai manter seu posto", justamente por ainda ter poder dentro do PMDB e ser aliado de Lula.

"Lula disse que Sarney merece mais respeito e culpou a imprensa por inflar o escândalo. Mas no momento em que a economia está apenas emergindo de uma recessão, a saga dos 'atos secretos' lembra os brasileiros que seus políticos nunca impõem austeridade a si mesmos", afirma a Economist.

Da BBC no G1 http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1225081-5598,00-LULA+FECHA+OLHOS+PARA+ESCANDALOS+QUANDO+LHE+CONVEM+DIZ+ECONOMIST.html

Charge da Folha de São Paulo de 09/07/09